O Governo de Mato Grosso do Sul realizou o II Seminário da Chamada Especial 14/2022, ligando pesquisa científica à agricultura familiar, com a participação de gestores, pesquisadores e produtores. O evento apresentou os resultados de 10 projetos de pesquisa que receberam mais de R$ 1,1 milhão, focando em temas como agroecologia e controle biológico de pragas. O governador em exercício destacou a importância da ciência para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar, que representa 61% das propriedades agropecuárias do estado. Além disso, foram discutidas políticas públicas que movimentaram mais de R$ 5,1 milhões em vendas da produção familiar para a merenda escolar.
O Governo de Mato Grosso do Sul realizou, nesta sexta-feira (8), em Campo Grande, o II Seminário da Chamada Especial 14/2022, iniciativa que conecta pesquisa científica e agricultura familiar. O encontro, promovido pela Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia) e pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), aconteceu no Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer (Cepaer) e reuniu gestores, pesquisadores, estudantes, técnicos e produtores rurais.
O objetivo foi apresentar os resultados de 10 projetos de pesquisa financiados pela chamada especial, que destinou mais de R$ 1,1 milhão para atender diretamente demandas da agricultura familiar sul-mato-grossense. Os estudos abordam temas como produção agroecológica, sistemas integrados, fruticultura, controle biológico de pragas, recuperação de pastagens e qualidade do leite.
Na abertura, o governador em exercício, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, ressaltou que a ciência é peça-chave para transformar o campo. “A Fundect/Agraer nasce de uma certeza: não há desenvolvimento sustentável sem o protagonismo da agricultura familiar, e não há transformação sem o impulso da ciência. A agricultura familiar é a força silenciosa que alimenta a nossa nação, que preserva saberes e tradições e que mantém vivo o vínculo com a terra. Ao lado da ciência, ela se torna ainda mais potente, com novas tecnologias, respeito ambiental e geração de renda”, afirmou.
Segundo o diretor-presidente da Agraer, Washington Willeman, os resultados apresentados mostram como a ciência pode oferecer soluções práticas. “Essas pesquisas ajudam diretamente quem planta, colhe, cuida dos rebanhos e sustenta a produção local. A maioria dos alimentos que consumimos é fruto do trabalho dessas famílias, e é nosso dever garantir que elas tenham acesso a conhecimento, assistência técnica e inovação”, disse.
Representando o diretor-presidente da Fundect, Márcio Araújo, o diretor científico Nalvo Franco Almeida Júnior destacou que a chamada especial aproxima o saber acadêmico das necessidades do campo. “É fundamental interiorizar a pesquisa, valorizar os saberes locais e garantir que a ciência esteja a serviço do bem comum. A parceria com a Agraer cumpre exatamente esse papel: transformar conhecimento em ação e inovação em resultados”, afirmou.
A agricultura familiar corresponde a 61% dos estabelecimentos agropecuários do Estado, reunindo mais de 80 mil famílias. Além dos resultados de pesquisa, o evento apresentou dados sobre políticas públicas como o Selo da Agricultura Familiar, o Agroflorestar MS, o programa Fomento Rural e ações integradas com o PAA e o PNAE. Só no primeiro semestre de 2025, essas iniciativas movimentaram mais de R$ 5,1 milhões em vendas da produção familiar para a merenda escolar e outras compras públicas.
A programação incluiu também a palestra “Experiência do Modelo de Centros de Excelência de Goiás”, ministrada pelo professor Robson Domingos Vieira, da Universidade de Brasília, que apresentou exemplos de boas práticas em pesquisa aplicada e cooperação entre instituições.
Encerrando o seminário, Barbosinha reforçou a importância do investimento em pesquisa. “O governador Eduardo Riedel acredita que a pesquisa é o verdadeiro motor do desenvolvimento. Com poucos recursos, conseguimos gerar grandes transformações. Quando a ciência caminha ao lado da tradição e do saber popular, quem ganha é todo o Estado”, concluiu.