Apesar da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre a carne brasileira, a recente queda de 1,15% no preço da carne em Campo Grande não se deve a essa medida, mas sim à pressão dos frigoríficos sobre os pecuaristas, segundo Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul. Ele ressalta que muitos frigoríficos estão utilizando a tarifa como justificativa para pagar menos pela arroba. Embora os preços já estejam caindo para os produtores, essa redução ainda não foi totalmente repassada aos consumidores. Além disso, a maior parte da carne que o Brasil exporta vai para a China, e a tarifa americana tem um impacto limitado no mercado interno.
Apesar da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a carne brasileira, a redução de 1,15% no preço do produto em Campo Grande não está relacionada diretamente à medida norte-americana. Quem afirma isso é Guilherme Bumlai, presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), que aponta a pressão dos frigoríficos sobre os pecuaristas como principal causa do recuo nos preços pagos ao produtor.
De acordo com Bumlai, os frigoríficos têm usado o anúncio da tarifa como justificativa para diminuir o valor da arroba, mesmo sem impacto real significativo. “Temos no Brasil mais de mil plantas frigoríficas, e menos de 55 estão habilitadas para exportar aos Estados Unidos. Ainda assim, muitos frigoríficos, inclusive os que não exportam, estão se aproveitando do momento para pagar menos pela arroba”, afirmou.
O presidente da Acrissul ressalta que, apesar de o recuo nos preços já ter chegado ao produtor, a redução ainda não foi totalmente repassada aos consumidores. “Há margem para que a carne chegue mais barata à população, porque a redução ao produtor já está em andamento há pelo menos 10 dias”, explica Bumlai.
Segundo ele, apenas cerca de 2% da carne bovina brasileira exportada tem como destino os EUA, e o volume se refere principalmente a cortes do dianteiro e retalhos. O principal mercado continua sendo a China, responsável pela maior parte das exportações de Mato Grosso do Sul.
“O impacto é moderado, mas o alarde em torno dele está sendo maior do que realmente representa. A tarifa serve como argumento, mas não reflete uma crise de mercado. É uma manobra que aumenta a margem de lucro dos frigoríficos”, pontua.
Levantamento realizado pelo jornal O Estado em seis supermercados de Campo Grande apontou que o preço médio do quilo da carne caiu de R$ 43,58 para R$ 43,08 na última semana, o que representa uma redução de 1,15%.
Apesar da preocupação inicial com a tarifa americana, especialistas indicam que o efeito imediato para o mercado interno será o aumento da oferta, já que parte da produção destinada à exportação deve ser redirecionada ao consumo nacional, ajudando a conter os preços nos próximos dias.
