Durante o 7º Simpósio de Reprodução, Produção e Nutrição de Bovinos, o secretário Jaime Verruck apresentou as estratégias do governo de Mato Grosso do Sul para alcançar a neutralidade de carbono até 2030. As iniciativas incluem a transição energética, agricultura sustentável e recuperação de áreas degradadas. Ele destacou a importância da gestão da água, bioenergia e a modernização do transporte como pilares para a descarbonização. Além disso, incentivou a pecuária sustentável com práticas de redução de tempo de abate e combate ao desmatamento por meio da integração lavoura-pecuária-floresta.
Durante a abertura do 7º Simpósio de Reprodução, Produção e Nutrição de Bovinos – o Repronutri 2025, nesta terça-feira (29), o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, apresentou as estratégias do governo estadual para tornar o Estado Carbono Neutro até 2030.
Segundo ele, o objetivo está sendo construído com base em políticas efetivas de transição energética, agricultura sustentável, redução do desmatamento e segurança alimentar.
O evento, que acontece no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, reúne especialistas nacionais e internacionais com o tema “Pecuária do Futuro”. A proposta é debater modelos sustentáveis de produção pecuária para a próxima década.
Em sua palestra, Verruck destacou que a pecuária dos próximos anos será pautada pela inovação tecnológica. “Ela será construída com base na tecnologia, na transição para técnicas inovadoras. Isso tudo é essencial para o Estado alcançar a neutralidade de carbono”, frisou.
Gestão da água e recuperação de áreas degradadas
Verruck apontou a gestão da água como etapa fundamental da descarbonização. “Atualmente, no Mato Grosso do Sul, o setor agropecuário, incluindo a atividade pecuária e as mudanças no uso do solo, é o principal emissor de gases de efeito estufa. Em virtude do grande volume de rebanhos no Estado, a recuperação de áreas degradadas é fundamental para a descarbonização. Nesse sentido, já houve progresso, com a substituição de aproximadamente cinco milhões de hectares de pastagens degradadas por áreas destinadas à agricultura”, explicou.
Energia limpa e desafios na mobilidade
Outro eixo estratégico destacado foi o setor de bioenergia. Segundo o secretário, 94% da energia consumida no Estado já vêm de fontes renováveis, como hidrelétricas e biomassa.
“Esse setor desempenha um papel fundamental na descarbonização. No que diz respeito ao transporte, o Mato Grosso do Sul depende significativamente do modal rodoviário, que consome diesel e, consequentemente, é o principal emissor de carbono, dado que toda a economia do estado se baseia nesse sistema. Para mitigar esse impacto, três caminhos se apresentam: a substituição inicial do diesel pelo gás natural, a substituição do gás natural por biometano, que já está sendo produzido no estado, e o investimento em logística, visando a transferência gradual do transporte rodoviário para o ferroviário, o que representa um grande desafio”, afirmou.
Pecuária sustentável e incentivos
Entre os desafios de curto prazo, Verruck ressaltou a necessidade de modernizar o transporte e ampliar a agropecuária sustentável.
“Especificamente na pecuária, o Mato Grosso do Sul possui um programa que visa reduzir o tempo de abate dos animais, o que contribui para a sustentabilidade do setor. Essa estratégia envolve o uso de práticas sustentáveis, a incorporação de melhoramento genético e a redução do tempo de abate, resultando em menor emissão de metano. O estado incentiva os produtores que adotam tecnologia sustentável”, destacou.
Combate ao desmatamento e integração lavoura-pecuária-floresta
O secretário também citou o combate ao desmatamento como prioridade. “É um objetivo primordial. Implementamos a agricultura sustentável, anteriormente denominada agricultura de baixo carbono. O Estado se destaca como líder nacional na integração lavoura-pecuária-floresta, outro aspecto crucial. Para alcançar nossos objetivos até 2030, visando a consolidação do Estado e a neutralização das emissões de carbono, que se dão pelo equilíbrio entre as emissões e a captura de carbono, devemos concentrar nossos esforços no setor de transportes. Este é, a meu ver, o principal desafio a curto prazo”, concluiu.