O período chuvoso 2024/2025 trouxe alívio para os rios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai, em Mato Grosso do Sul. De acordo com monitoramento da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS), os volumes acumulados de precipitação superaram a média histórica em 8 dos 11 pontos acompanhados na região.
As chuvas registradas entre outubro e abril contribuíram diretamente para a recuperação dos níveis dos rios, após a seca histórica de 2024. Conforme o técnico do Imasul, Leandro Neri Bortoluzzi, “o aumento do volume pluviométrico entre março e abril foi determinante para que, pela primeira vez desde 2023, todos os pontos monitorados na bacia do rio Paraguai tenham se mantido fora da condição de estiagem durante o trimestre pós-chuva”. Ele destacou que a melhora foi perceptível até mesmo em trechos historicamente mais sensíveis.
Entre os destaques do levantamento estão Ladário, que registrou 1.082,8 mm de chuva — 412,2 mm acima da média do período; Miranda, com 1.034,2 mm (236,2 mm acima da média); e Palmeiras, com 1.091,8 mm, superando a média em 139,1 mm. Já a estação de Porto Esperança (Corumbá) apresentou o maior déficit, com 468,4 mm de chuva, 257,9 mm abaixo do esperado.
A análise mensal mostrou forte irregularidade na distribuição das chuvas. Abril de 2025 registrou o maior pico, com 1.609,8 mm — quase 700 mm acima da média histórica do mês. Também houve chuvas acima da média em outubro, dezembro e março, enquanto novembro, janeiro e fevereiro ficaram abaixo do esperado.
Nos últimos meses, entre abril e junho, nenhuma estação monitorada apresentou cota de estiagem, resultado considerado positivo pela equipe técnica do Imasul. Com o fim do período chuvoso, no entanto, a tendência para julho já é de queda no volume dos rios, como observado na estação do rio Aquidauana, que entrou em cota de estiagem nesta semana. A previsão indica manutenção da baixa pluviosidade até setembro.
De acordo com o Imasul, um novo ciclo chuvoso deve começar em outubro, seguindo o padrão climático da região. Até lá, o monitoramento contínuo será essencial para orientar ações de prevenção e gestão hídrica em áreas produtivas, urbanas e ribeirinhas.
