Mato Grosso do Sul tem se destacado na agenda ambiental e sustentável, mostrando que é possível conciliar crescimento econômico com preservação da natureza. Alinhado ao programa estadual Carbono Neutro 2030, o Estado se consolida como exemplo ao desenvolver projetos voltados à captura de carbono, recuperação de áreas degradadas e práticas produtivas mais equilibradas.
Na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), em Aquidauana, iniciativas unem ciência, inovação e conservação, com foco na restauração ambiental e na produção sustentável. Entre os destaques está o PackSeed – Inovação na Dispersão de Sementes, desenvolvido em parceria com a startup EcoSeed. O protótipo já apresentou bons resultados em laboratório e será testado em campo ainda este ano. O objetivo é recuperar áreas degradadas de forma mais acessível, além de contribuir para a fixação de carbono atmosférico.
Outro projeto estratégico é o uso sustentável do Louro-Preto (Cordia glabrata), desenvolvido em parceria com a Embrapa Pantanal. A pesquisa busca avaliar diferentes densidades arbóreas na arborização de pastagens, com foco na produção pecuária e no bem-estar animal.
O estudo sobre o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) também ganhou destaque. Em áreas de integração, o cultivo de eucalipto tem mostrado potencial para imobilizar 18 toneladas de CO₂ por hectare ao ano, o equivalente à emissão de cerca de nove carros no mesmo período. A proposta é difundir práticas que mostrem a viabilidade de sistemas integrados, estimulando produtores a adotarem a arborização como forma de aliar produtividade e sustentabilidade.
Além disso, entre 2022 e 2024, uma pesquisa da UFMS financiada pela Fundect comprovou que as florestas de eucalipto em Mato Grosso do Sul apresentam menor emissão de dióxido de carbono pelo solo em comparação a outros sistemas, como pastagens, além de altos níveis de estoque de carbono. O estudo reforça que a silvicultura pode ser uma aliada estratégica para alcançar a meta estadual de neutralidade de carbono até 2030, especialmente quando integrada à pecuária.
Segundo a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), cinco municípios sul-mato-grossenses — Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Água Clara, Brasilândia e Selvíria — concentram mais de 1 milhão de hectares de florestas plantadas, colocando o Estado na segunda posição do ranking nacional.
Essas iniciativas reforçam a posição de Mato Grosso do Sul como polo de inovação ambiental e consolidam sua contribuição para o desenvolvimento sustentável do país.