A missão internacional de Mato Grosso do Sul na Índia, realizada entre 6 e 8 de setembro, resultou em novas perspectivas de negócios, com foco em celulose solúvel e produtos agrícolas. A comitiva, liderada pelo governador Eduardo Riedel, realizou reuniões com empresas locais e identificou o potencial da Índia como mercado importador. A agenda segue com negociações no Japão e Singapura, visando a abertura de mercados para carne bovina e suína. Em 2024, a Índia posicionou-se como o 10º destino das exportações sul-mato-grossenses, destacando-se na venda de açúcares e celulose.
Entre quarta-feira (6) e sexta-feira (8), a missão internacional de Mato Grosso do Sul na Índia encerrou a primeira etapa da agenda com perspectivas de novos negócios para o Estado. O secretário Jaime Verruck, titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), destacou o interesse indiano por celulose solúvel, grãos e outros produtos regionais.
A comitiva, formada pelo governador Eduardo Riedel, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro, o diretor de Relações Internacionais da Fiems, Aurélio Rolim, o diretor-superintendente do Sebrae-MS, Cláudio Mendonça, e o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae e vice-presidente da Famasul, Maurício Saito, realizou sete reuniões com empresas e autoridades locais.
Segundo Verruck, a Índia demonstrou grande potencial como mercado importador. “Discutimos de forma aprofundada o mercado de celulose, com Mato Grosso do Sul iniciando a produção de celulose solúvel, produto no qual a Índia é um grande importador. Também avaliamos o potencial para grãos, diante da clara necessidade de importação demonstrada pelo país. Este é um primeiro passo para ampliar mercados e aumentar a participação da economia sul-mato-grossense nas exportações, evidenciando como a integração entre ciência, tecnologia, agronegócio e inovação pode contribuir para o desenvolvimento do Estado”, afirmou.
A agenda também incluiu contatos com grupos como Mahindra e Tata Group, que sinalizaram interesse em investir e compartilhar tecnologia com Mato Grosso do Sul.
Após a passagem pela Índia, a missão segue para o Japão e Singapura. No caso japonês, o foco será a abertura do mercado para carne bovina e suína do Estado. “Identificamos aqui na Índia oportunidades para ampliar a exportação de produtos do nosso agro. Já em Singapura e Japão, o foco continua na bovinocultura e suinocultura”, disse Verruck.
Ele ressaltou que o Japão mantém restrições à compra de produtos de estados recentemente reconhecidos como livres de febre aftosa sem vacinação. Por isso, o governador Riedel deve negociar diretamente para que Mato Grosso do Sul seja incluído nas mesmas condições de Santa Catarina e Paraná. “É uma pauta essencial para conquistarmos novos mercados e fortalecermos a presença da nossa produção no cenário internacional”, destacou.
Em 2024, a Índia foi o 10º destino das exportações sul-mato-grossenses, ocupando a terceira posição entre os mercados asiáticos do Estado, com US$ 81,36 milhões em vendas — principalmente açúcares e melaços (59%), gorduras e óleos vegetais “soft” e celulose. No primeiro semestre de 2025, houve redução na participação do açúcar, mas aumento nos embarques de óleos vegetais e celulose. Do lado das importações, o Estado comprou US$ 22,09 milhões do país, com destaque para fios têxteis, fibras sintéticas e revestimentos de piso.