Exportações da Capital para os EUA caem US$ 15,5 milhões em um mês

Sobretaxa imposta por Donald Trump causa forte retração nas vendas externas da Capital e afeta municípios do interior

Por Redação
13/10/2025 08h13 - Atualizado há 5 horas
Exportações da Capital para os EUA caem US$ 15,5 milhões em um mês
(Créditos: Reprodução)
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Em setembro de 2025, as exportações de Campo Grande para os Estados Unidos caíram 92%, totalizando apenas US$ 1,41 milhão, devido a tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Essa queda afetou também outros municípios do Mato Grosso do Sul, refletindo uma tendência nacional, onde as exportações brasileiras para os EUA caíram 20%. Apesar disso, a China permaneceu como o principal parceiro comercial do estado, representando 46,11% das vendas externas.

As exportações de Campo Grande para os Estados Unidos despencaram 92% em setembro de 2025, somando apenas US$ 1,41 milhão, contra US$ 16,95 milhões registrados no mesmo mês de 2024 — uma diferença de US$ 15,5 milhões. Em valores totais, a arrecadação passou de R$ 93,5 milhões para R$ 7,8 milhões no mesmo período.

A queda reflete o impacto direto do tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, que sancionou exportações brasileiras pelo segundo mês consecutivo. A medida tem afetado setores estratégicos como carnes, ferro, açúcar, café, madeira e armas.

Além da capital sul-mato-grossense, municípios como Ribas do Rio Pardo, Corumbá, Nova Andradina, Bataguassu, Naviraí, Três Lagoas, Anastácio, Cassilândia, Angélica, Ivinhema, Mundo Novo, Paraíso das Águas, Glória de Dourados e Dourados também registraram perdas nas exportações.

De forma geral, o desempenho externo de Mato Grosso do Sul é puxado principalmente pelo setor de carnes e derivados, com destaque para Campo Grande, Nova Andradina, Naviraí, Bataguassu, Anastácio, Iguatemi e Itaquiraí.

Na sequência aparecem o açúcar e produtos de confeitaria, liderados por Rio Brilhante, Paraíso das Águas, Angélica, Naviraí e Ivinhema. Outro segmento de relevância é o de gorduras e óleos animais ou vegetais, em que Dourados, Cassilândia e Campo Grande se destacam.

Três Lagoas, polo industrial do Estado, mantém força nas exportações de papel, cartão, derivados da celulose e equipamentos elétricos. Já Campo Grande também embarca preparações alimentícias, produtos hortícolas processados, borracha e instrumentos médico-ópticos.

Outros municípios se destacam por produtos específicos: Ladário exporta pedras preciosas e bijuterias, Paranaíba atua com veículos e tratores, e Paranhos, com caldeiras e máquinas mecânicas.

Cenário nacional

A forte retração nas vendas de Campo Grande segue uma tendência nacional. As exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 2,6 bilhões em setembro, uma queda de 20% em relação aos US$ 3,2 bilhões de 2024. O recuo se concentra em produtos atingidos pela sobretaxa americana.

Segundo levantamento do Estadão, os municípios mais afetados foram Rio de Janeiro (RJ), Confins (MG), Sete Lagoas (MG) e Ribeirão Pires (SP). Cerca de 265 cidades que exportaram para os EUA em setembro do ano passado não registraram faturamento neste ano.

No recorte por destino, a China segue como o principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, com US$ 3,76 bilhões exportados entre janeiro e setembro — o que representa 46,11% das vendas externas do Estado, ligeiramente abaixo dos 47,30% do mesmo período de 2024. Os Estados Unidos permanecem em segundo lugar, mas com redução tanto no valor comprado (de US$ 471 milhões para US$ 426 milhões) quanto na participação (de 6,02% para 5,21%).


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