Biometano acelera transição energética e aproxima MS do objetivo de Estado Carbono Neutro

Combustível produzido a partir da biomassa de cana reduz em oito vezes as emissões de CO₂ do transporte pesado e se consolida como alternativa limpa e competitiva no Estado

Por Redação
25/09/2025 12h00 - Atualizado há 5 horas
Biometano acelera transição energética e aproxima MS do objetivo de Estado Carbono Neutro
(Créditos: Reprodução)

O biometano desponta como peça-chave para a descarbonização do transporte pesado, emitindo oito vezes menos gás carbônico que o diesel. Em Mato Grosso do Sul, o uso do biocombustível, produzido principalmente a partir da biomassa de cana, na frota de veículos pesados, surge como alternativa sustentável e economicamente viável, impulsionando o Estado rumo à meta de se tornar carbono neutro.

A constatação foi destacada nesta quarta-feira (24), durante encontro promovido pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande. O evento contou com a presença do secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck; do ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto; do presidente da Biosul, Amaury Pekelman; do CEO da ZEG Biogás, Rodrigo Nogueira; além de lideranças do setor energético e representantes de órgãos como AGE-MS, MSGÁS, FIEMS, UEMS, UFMS, Senai e parceiros estratégicos. Participaram ainda Mamiule de Siqueira, coordenadora de Transição Energética da Semadesc, e Bruna Mendes Dias, coordenadora de Estatística.

O biometano sul-mato-grossense, com destaque para a biomassa da cana-de-açúcar, não só representa uma solução ambiental, como também abre novas oportunidades de negócios, aumenta a competitividade industrial e contribui para a redução de gases de efeito estufa. No País, 50% da energia é renovável, com o setor sucroenergético responsável por mais de 16% dessa geração, superando inclusive as hidrelétricas, que detêm 12% do mercado.

Com 22 usinas, o Estado se destaca na produção de biometano. A Adecoagro, em Ivinhema, gera diariamente 6 mil metros cúbicos de biometano e projeta ampliar para 35 mil m³ até 2027, como parte de um investimento de R$ 225 milhões. O objetivo é transformar a vinhaça da produção de etanol em biometano, atendendo à frota interna e futuramente ao mercado. Outro investimento relevante é da ATVOS, que construirá sua planta de biometano em Nova Alvorada do Sul, com aporte de R$ 360 milhões.

Durante o encontro, discutiu-se o papel do biometano como pilar da matriz energética estadual. “Esta pauta é prioritária do Governo de MS, que tem entre seus pilares de desenvolvimento a transição energética”, afirmou Jaime Verruck.

Amaury Pekelman, presidente da Biosul, ressaltou o protagonismo do Estado: “MS é referência nacional em energia limpa e renovável. O biogás e o biometano consolidam novas fronteiras de avanço. Temos disponibilidade de matéria-prima, infraestrutura e ambiente regulatório favorável, criando condições para investimentos consistentes e geração de valor. O biometano é segurança energética, competitividade industrial e redução de emissões. É o combustível do futuro, já presente em nosso Estado.”

O encontro também contou com a participação de universidades, Senai, MSGÁS e empresas, incluindo a Adecoagro, que apresentou estudo de caso sobre biometano. “O evento foi crucial para debater a política estadual de desenvolvimento do biometano. Acreditamos no alto potencial do combustível para substituir o diesel em frotas e contribuir para a descarbonização de veículos a diesel em MS”, destacou Jaime Verruck.

Ele explicou que o biometano, por ter a mesma estrutura molecular do gás natural, atua de forma complementar, e não substitutiva, à matriz energética estadual. “O Estado tem avançado rapidamente, implementando incentivos fiscais para a produção de biometano, em consonância com a estratégia de Carbono Neutro 2030.”

A reunião também abordou desafios como infraestrutura, tecnologia e pesquisa. A participação das universidades foi considerada essencial, e discutiu-se ainda o papel do setor sucroenergético e de celulose como principais fontes de biometano e descarbonização das frotas próprias. O secretário reafirmou que o biometano está no centro da estratégia de descarbonização do Governo de MS e destacou incentivos e financiamentos verdes para atrair investimentos ao setor.


Notícias Relacionadas »