Mato Grosso do Sul possui 11.122 cadastros de Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) autorizados pelo Ibama para o controle populacional do javali (Sus scrofa), espécie invasora que se espalhou pelo Estado e tem causado prejuízos significativos ao agronegócio.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama-MS), o javali não é natural da fauna brasileira e, ao se multiplicar rapidamente, passou a gerar sérios danos às lavouras e ao equilíbrio ambiental.
Um estudo realizado pela Embrapa em Rio Brilhante, em 2022, mostrou que a presença do animal pode causar perdas de até 30% em talhões de milho. Já a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) calcula que, em diversas regiões do Estado, o prejuízo médio nas áreas invadidas chegue a 10% da produção de milho.
Os impactos vão além da agricultura. O javali revolvem o solo, provoca erosão, degrada nascentes e compromete processos de recuperação de áreas produtivas.
Na pecuária, a preocupação é com o risco sanitário, especialmente para a cadeia da suinocultura, que precisa redobrar investimentos em biossegurança para evitar a contaminação pelo contato com o animal.