A região norte de Mato Grosso do Sul passa a ser tratada como nova fronteira de desenvolvimento sustentável pelo Governo do Estado em parceria com os municípios. O assunto foi pauta da reunião do Cointa (Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Taquari), realizada nesta segunda-feira (25), em Coxim.
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, afirmou que a área já possui produção consolidada, mas guarda grande potencial de expansão agrícola e pecuária. “Estamos apresentando aos prefeitos um levantamento sobre a conversão de áreas para agricultura, que pode se tornar um grande atrativo. Ao mesmo tempo, não podemos perder a pecuária como eixo essencial de desenvolvimento, sobretudo com o fortalecimento do confinamento e da integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)”, destacou.
Para Verruck, a diversidade territorial reforça a necessidade de organização em consórcio, ampliando representatividade e capacidade de atrair investimentos. O encontro contou ainda com os secretários-executivos Rogério Beretta (Desenvolvimento Econômico Sustentável) e Esaú Aguiar (Qualificação Profissional e Trabalho), prefeitos dos 14 municípios integrantes do consórcio e o prefeito de Chapadão do Sul, convidado da reunião.
Durante a apresentação, Verruck apontou como estratégicos o avanço da indústria de transformação, os mais de R$ 80 bilhões de investimentos privados já realizados e a meta de tornar Mato Grosso do Sul Carbono Neutro até 2030. Ele também lembrou obras de infraestrutura já executadas, como o porto de Coxim e melhorias na BR-163, dentro do programa MS Ativo, mas defendeu um novo passo.
“Precisamos apresentar a região aos investidores, mostrar seu potencial no agronegócio, na diversificação da produção e na atração de indústrias. A proposta do governador Eduardo Riedel é repensar a região norte, buscando um desenvolvimento mais forte, tanto no agro quanto na agroindústria”, disse.
O secretário ressaltou ainda a importância de conciliar crescimento econômico e preservação ambiental. “Muitas vezes os empreendedores pensam que não podem investir porque Coxim está no Pantanal, mas, na prática, apenas parte do município está sob restrição. A região tem disponibilidade de água, terras e grandes propriedades, portanto um forte potencial agrícola”, afirmou.
Outro ponto em destaque foi o turismo. Segundo Verruck, o setor deve ser reposicionado na estratégia regional. Hoje com maior foco em Corumbá e Bonito, a atividade encontra no norte diferenciais como a pesca esportiva em Coxim, além da infraestrutura de acesso garantida pela BR-163 e aeroportos regionais. “É preciso aproveitar esses diferenciais para atrair visitantes e fortalecer o turismo como vetor de desenvolvimento econômico”, completou.
Entre os temas debatidos pelos prefeitos e gestores também estiveram o fortalecimento institucional do consórcio, a criação de uma Câmara Técnica de Desenvolvimento Regional, participação nas negociações com grandes investidores, descentralização do licenciamento ambiental e medidas para compensar restrições legais à expansão industrial.
A agenda incluiu ainda estratégias de adaptação às mudanças climáticas, alinhamento entre Estado e municípios e consolidação do Cointa como instância de governança regional.
O prefeito de Coxim, Edilson Magro, anfitrião do encontro, defendeu que o norte de MS seja visto como um território de oportunidades, capaz de gerar emprego e renda com sustentabilidade. Já o presidente do consórcio e prefeito de Camapuã, Manoel Eugênio Nery, reforçou a importância do apoio estadual para consolidar o colegiado como espaço de cooperação e decisões estratégicas.
