O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques foi convocado para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico, que acontecerá entre os dias 27 de setembro e 5 de outubro, em Nova Deli, na Índia. Multicampeão e referência no paradesporto, o atleta é beneficiário do programa Bolsa Atleta MS, política pública coordenada pela Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura) e pela Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer).
A convocação foi feita pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), que levará uma delegação composta por 50 atletas e 10 atletas-guia. Esta será a 12ª vez que o Brasil participa do Mundial da modalidade.
Com 33 anos, Yeltsin escreveu seu nome na história do esporte paralímpico ao conquistar o bicampeonato na Paralimpíada de Paris, em 2024. Na ocasião, venceu a prova dos 1.500 metros da classe T11, com o tempo de 3min55s82, superando o próprio recorde mundial obtido nos Jogos de Tóquio-2020. Com esse feito, somou sua quarta medalha em Paralimpíadas.
“Estamos muito bem preparados, eu e os meninos, bem treinados, mais uma vez prontos para mais um Mundial. Este será o sexto da minha carreira e me sinto muito orgulhoso por mais uma vez representar o Brasil e o Mato Grosso do Sul nas principais competições do mundo, especialmente na maior competição do ano”, afirma Yeltsin.
Sobre o peso da responsabilidade, o atleta comenta: “Sou o atual campeão paralímpico, campeão mundial e também recordista mundial. Isso traz uma responsabilidade enorme. Sei que preciso chegar lá e dar o meu melhor, porque hoje sou referência para muitos atletas que estão se preparando. A principal meta, para muitos, é me superar. Por isso, me dedico todos os dias a me superar também, a alcançar o meu melhor desempenho e, claro, trazer mais medalhas para que possamos comemorar mais uma vez aqui no Mato Grosso do Sul”.
Natural de Campo Grande, Yeltsin compete com o guia Guilherme Santos, com quem tem uma forte parceria nas provas. Além de Guilherme, os atletas-guia Maurinaldo dos Santos e Edelson de Ávila Almeida, também de Mato Grosso do Sul, integram a delegação brasileira.
Desde 2021, o estado é pioneiro ao criar o Bolsa Atleta-Guia, sendo o primeiro do país a reconhecer oficialmente o papel dos atletas-guia no desempenho esportivo. A iniciativa foi incorporada pelo governo federal e hoje faz parte dos programas nacionais de incentivo ao paradesporto.
Guilherme Santos, que também recebe o benefício estadual, estará em seu quarto Mundial. O atleta-guia destaca a importância da relação construída com Yeltsin e o preparo constante. “Para você ser um atleta-guia, você tem que amar aquilo, tem que amar guiar e, junto com a parceria, junto com seu atleta, durante todo o período de não só treinamento, mas fora dos treinos também, ter compreensão, acho que fortalece muito. E quando chega ali na hora da prova, é só traçar aquilo que foi feito nos treinos”, relata.
Ele também avalia o crescimento do paradesporto no estado. "Temos muitos talentos surgindo na base, e acredito que o desempenho dos atletas daqui nas competições internacionais tem dado visibilidade ao paradesporto sul-mato-grossense. O Brasil hoje é a quinta potência mundial no paradesporto, e isso mostra como estamos crescendo não só aqui no estado, mas em todo o país”.
