Por Lauren Netto
O Brasil é o país com a maior taxa de casos de ansiedade no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2019, 18,6 milhões de brasileiros – o equivalente a 9,3% da população – foram diagnosticados com transtornos de ansiedade. Além disso, o país ocupa o quarto lugar no ranking global de estresse, conforme o relatório World Mental Health Day 2024, divulgado no ano passado.
Entre os entrevistados brasileiros para o estudo, apenas 26% disseram não ter enfrentado episódios de estresse significativo em um ano. Para especialistas, fatores como sedentarismo, uso excessivo de redes sociais, má alimentação e laços sociais enfraquecidos são os principais responsáveis por esse cenário alarmante.
Aumento entre jovens
Dados do Ministério da Saúde revelam que adolescentes e jovens entre 13 e 29 anos são os mais afetados. O número de internações relacionadas a estresse e ansiedade nessa faixa etária cresceu 136% entre 2013 e 2023. O psiquiatra Fábio Molina, do Hospital Regional de Presidente Prudente, alerta que a saúde mental precisa de atenção urgente no Brasil, com ampliação de leitos psiquiátricos e oferta de serviços ambulatoriais capazes de identificar e tratar precocemente os transtornos.
Entendendo o transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações desafiadoras, como uma entrevista de emprego ou uma apresentação. No entanto, quando se torna constante, excessiva e desproporcional, pode evoluir para o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
O TAG é caracterizado por preocupação persistente que dura, no mínimo, seis meses e vem acompanhada de três ou mais sintomas como:
• Fadiga;
• Irritabilidade;
• Tensão muscular;
• Dificuldade de concentração;
• Perturbações no sono.
Enquanto a ansiedade ocasional pode motivar ou preparar o indivíduo para desafios, o TAG prejudica gravemente a qualidade de vida e o funcionamento diário.
Especialistas destacam que, ao primeiro sinal de ansiedade persistente ou dificuldades de controle emocional, é fundamental procurar apoio médico para evitar complicações mais graves.