Por Lauren Netto
Entrou em vigor nesta semana o novo salário mínimo no Brasil, fixado em R$ 1.518. O reajuste, que representa um aumento de R$ 106 em relação ao ano anterior, contempla a reposição da inflação de 4,84% (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC) e um ganho real de 2,5%.
O aumento segue a nova política aprovada pelo Congresso Nacional, que vincula os reajustes aos limites definidos pelo arcabouço fiscal. Entre 2025 e 2030, os ganhos reais no salário mínimo podem variar de 0,6% a 2,5%, dependendo do cenário fiscal. Essa norma substitui a regra anterior, que considerava a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Impactos e economia pública
O reajuste afeta diretamente 59 milhões de brasileiros, entre trabalhadores formais, beneficiários do INSS e programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e seguro-desemprego. Por outro lado, a mudança mais contida na política de ganhos reais deve gerar economia ao governo federal. A estimativa é de R$ 110 bilhões poupados até 2030, com R$ 2 bilhões projetados já em 2025.
O salário mínimo no Brasil foi criado em 1936, durante o governo Getúlio Vargas, e passou por períodos de reajustes significativos, como o ganho real acumulado de 77% registrado entre 2003 e 2017. No entanto, essa política foi suspensa entre 2018 e 2022. Agora, o novo modelo visa equilibrar a valorização do salário com a sustentabilidade fiscal.
