Por redação
Mato Grosso do Sul destaca-se como um protagonista na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, atingindo a marca de 92% do total produzido no estado no último ano. Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revelam que dos 7,236 milhões de quilowatts (kW) gerados, cerca de 6,659 milhões de kW provêm de fontes sustentáveis, incluindo hidrelétrica, solar e biomassa.
Os principais impulsionadores dessa expressiva contribuição são as placas fotovoltaicas (energia solar) e a biomassa. Das 3.030 instalações dedicadas à geração de energia elétrica no estado, 2.935 utilizam o sol como fonte, 41 se baseiam em biomassa, 35 exploram fontes hídricas e 19 operam usinas térmicas de energia não renovável.
Em destaque, a energia solar experimentou um notável crescimento de quase o dobro em apenas um ano, saltando de 495 MW para impressionantes 983 MW. A capacidade total instalada, proveniente de diversas fontes, alcançou a marca de 7.236.625,13 kW em fevereiro deste ano.
Para o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Ronaldo Koloszuk, esse avanço da energia solar contribui significativamente para a sustentabilidade, aliviando os orçamentos familiares e aumentando a competitividade dos setores produtivos. Ele destaca que o Brasil despertou para os benefícios da energia solar, uma fonte limpa e acessível que favorece a reindustrialização do país, diversificando o fornecimento de eletricidade e reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos.
Dados compilados pela Absolar indicam que Mato Grosso do Sul ocupa o 10º lugar na geração distribuída de energia solar no país, contribuindo com 3,8% da matriz elétrica brasileira. Em 2023, a potência instalada atingiu 983 MW, registrando um crescimento expressivo de 98,58% em um ano.
Campo Grande, capital do estado, se destaca como a quarta cidade com maior capacidade geradora instalada no país, atingindo 231,9 MW. Especialistas apontam que Mato Grosso do Sul, especialmente com seu potencial solar, é uma unidade federativa com alto crescimento gerador, destacando-se através do agronegócio.
O avanço da energia solar é considerado essencial para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, contribuindo para diversificar a matriz elétrica e aumentar a segurança de suprimento, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e protegendo a população contra aumentos na conta de luz.
Em âmbito nacional, um estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) destaca que o Brasil gerou 70.206 megawatts médios de energia renovável no ano passado, representando 93,1% de toda a eletricidade produzida e marcando o maior volume da história do país. A energia hídrica lidera, com 57,24% da potência, seguida pela eólica com 13,23% e a biomassa, principalmente do bagaço da cana-de-açúcar, contribuindo com 8,63% da potência de produção do país.
