Por Vinícius Reis
O apresentador, humorista, ator e escritor faleceu aos 84 anos na madrugada desta sexta-feira no hospital Sírio-Libanês. Considerado um dos maiores humoristas do Brasil, o apresentador do “Programa do Jô”, exibido na TV Globo de 2000 a 2016, estava internado desde 28 de julho, e sua ex-mulher Flávia Pedra anunciou a sua morte à imprensa do hospital.
A causa da morte ainda não foi divulgada e o funeral de Jô será realizado apenas para a família e amigos próximos.
Jô nasceu no Rio de Janeiro em 1938 e era filho único de uma família rica que perdeu a fortuna. Estudou na Suíça e nos Estados Unidos, falava seis línguas e abandonou o plano de ser diplomata para dedicar-se à vida artística. Interpretou dezenas de personagens, criou bordões e apresentou o mais conhecido programa de entrevistas da TV brasileira.
Em todas as suas inúmeras atividades artísticas, entrevistador, ator, escritor, dramaturgo, diretor, roteirista, pintor, Jô Soares teve o humor como marca registrada. Foi seu ponto de partida e sua assinatura no teatro, na TV, no cinema, nas artes plásticas e na literatura. Ele próprio gostava de admitir isso. “"Tudo o que fiz, tudo o que faço, sempre tem como base o humor. Desde que nasci, desde sempre", afirmou em depoimento ao site Memória Globo.”
Nos últimos 25 anos, Jô ficou conhecido por ser o apresentador do talk-show mais famoso do país. Na TV Globo, estrelava o “Programa do Jô”, exibido de 2000 a 2016. Considerado pioneiro do stand-up, também se destacou por ser um dos principais comediantes da história do Brasil, participando de atrações que fizeram história na TV, como “A família Trapo” (1966), “Planeta dos homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981). Além disso, escreveu livros e atuou em 22 filmes.
Jô faleceu e deixou seu legado registrado para diversos brasileiros que faziam questão de assistir seu programa na TV. Sempre se despedindo com a frase que fica para sempre em nosso coração, “Um beijo do gordo", o bordão que o apresentador usava para encerrar seu programa.
Sua ex-mulher Flávia Pedra usou suas redes sociais para lamentar o falecimento do apresentador a quem chamou de “amor eterno”.
"Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida."
"A vida de um cara apaixonado pelo país onde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor", escreveu Flávia.