ChatGPT é a primeira personalidade 'não-humana' a fazer parte dos destaques do ano

Ranking é realizado pela revista Nature e foi divulgado na quarta-feira (13)

14/12/2023 00h00 - Atualizado em 14/12/2023 às 20h57

Por redação

Na última quarta-feira (13), a revista americana Nature destacou o ChatGPT como uma das principais inovações científicas de 2023 em todo o mundo. Pela primeira vez, a publicação incluiu uma entidade não-humana em sua lista de destaques, reconhecendo o papel desempenhado pela inteligência artificial (IA) na evolução científica. Além do ChatGPT, a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, também foi homenageada por sua atuação na proteção da Amazônia.

Segundo a Nature, a inclusão do ChatGPT no ranking "um reconhecimento do papel que a inteligência artificial (IA) desenvolvida para imitar a linguagem humana está tendo no desenvolvimento e no progresso da ciência". Lançado em novembro de 2022 pela OpenAI, o robô de bate-papo baseado em IA impressionou o mundo com sua capacidade de diálogo fluente e eficácia ao compreender comandos em diversas áreas, solidificando sua relevância no cenário científico global.

A ferramenta trabalha com a tecnologia de LLM (modelo amplo de linguagem, na sigla em inglês) e consegue escrever diálogos criativos, e-mails formais redações de vestibular, planejar viagens, jogar jogos, realizar operações matemáticas e diversas outras funcionalidades.

Segundo a revista, o ChatGPT representa uma potencial nova era para a ciência ao permitir que pesquisadores repensem como podem trabalhar no campo acadêmico. A ferramenta também "reacendeu os debates sobre os limites da IA, a natureza da inteligência humana e a melhor forma de regular a interação entre os dois", diz.

"Ninguém sabe o quanto ainda é possível extrair dos sistemas do tipo ChatGPT. Seus recursos ainda podem ser limitados pela disponibilidade de capacidade de computação ou de novos dados de treinamento. Mas a revolução da IA generativa já começou. E não há como voltar atrás", escreveu a revista.

Além do ChatGPT, outra personalidade citada no ranking é Ilya Sutskever, cientista que ajudou a fundar a OpenAI e é um dos principais nomes na criação do ChatGPT. Formado pela Universidade Aberta de Israel e com doutorado em ciência da computação pela Universidade de Toronto, o cientista nasceu na ainda União Soviética e se mudou para a América do Norte para se especializar na área de aprendizado profundo de máquina (deep learning).

Atualmente, ele é cientista-chefe da OpenAI e foi o principal personagem na crise com o CEO Sam Altman em novembro passado, quando Altman foi demitido e recontratado da empresa em apenas uma semana. De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, Sutskever foi o responsável por demitir Altman e mobilizar a diretoria da empresa contra o CEO.

Dois dias após a demissão, porém, Sutskever disse ter mudado de ideia. Em sua conta no X, ele chegou a afirmar que se arrependia de sua participação nas decisões tomadas pelo conselho da companhia. À época, Altman respondeu a publicação com corações.

Supercondutividade ganha destaque - A área da supercondutividade foi destaque no ranking da Nature, que elegeu o cientista James Hamlin como uma das dez pessoas mais influentes da ciência em 2023.

Neste ano, Hamlin foi um dos acadêmicos responsáveis por desmascarar a pesquisa do cientista Ranga P. Dias, que atestava ter solucionado a questão da supercondutividade elétrica em temperatura ambiente, o que permitiria o avanço de diversos segmentos nas ciências. Sem revisão por pares, a pesquisa gerou um "frenesi" na comunidade científica.

Formado pela Universidade de Washington, Hamlin trabalhou toda a sua carreira em pesquisas de materiais supercondutores em testes de alta pressão, para identificar as propriedades de produtos e a capacidade desses componentes de conduzir energia (elétrons) - um supercondutor, por definição, tende a ser um material que transmite a maior quantidade de elétrons com a menor dissipação de calor possível.

Após a publicação do trabalho de Ranga Dias na revista Nature, que afirmava ter chegado a um supercondutor em temperatura ambiente, Hamlin e seus colegas decidiram replicar o estudo. O resultado foi o esclarecimento de uma farsa: o estudo de Dias era falso e manipulado, com experimentos demonstrados por Hamlin e seus associados.


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