“Cadê os recursos?”: Artistas de Campo Grande questionam investimentos no setor

Em nota, Prefeitura de Campo Grande alega investimento de R$ 8 milhões neste ano no setor cultural e previsão de R$ 9 milhões para o próximo ano

11/12/2023 00h00 - Atualizado em 18/12/2023 às 17h13

Por Victória Bissaco e Marina Gabriely

Aos gritos de “arte sem calote”, representantes da classe artística de Campo Grande realizaram, no final da tarde desta sexta-feira (15), mobilização contra a falta de investimento do Executivo Municipal no setor. A Prefeitura, por sua vez, alega investimento de R$ 9,727 milhões no setor para 2024.

A classe explica que o dinheiro o qual será investido advém de verbas no Governo Federal, como a Lei Paulo Gustavo e a Lei Aldir Blanc, e não propriamente do Executivo. “Essa manifestação é específica para que sejam liberados fomentos municipais, que é tão importante para a classe artística. Estamos num setor criativo, é o desenvolvimento de vários segmentos de um setor”, conta a membra do Colegiado Setorial de Design de Moda, Patrícia Rodrigues, a “Boli Boli”.

O professor de Biologia, ator e capoeirista Rodrigo dos Santos Nantes explica que o Executivo Municipal anualmente lança editais específicos, como o Fundo Municipal de Incentivo ao Teatro (Fomteatro) e o Fundo Municipal de Investimentos Culturais (FMIC), voltados ao setor. No entanto, não tiveram acesso aos repasses. “A gente quer saber cadê o recurso. Não queremos calote, queremos nossa grana para o desenvolvimento da cultura, que é tão importante para a sociedade num geral”.

Para os artistas, ainda, faltam investimento em editais, assim como em espaços de manifestação pública, como praças e teatros. “Nossas praças não têm espaço para comportar os espectadores, não tem bebedouro, banheiros. O Teatro do Paço, por exemplo, está fechado para reforma há 38 anos e nada. O Centro Belas Artes, que tinha uma estrutura linda, as obras foram paradas e agora está depredado. Mas isso é com a Secretaria de Obras”, pontua o ator diretor do Imaginário Maracangalha, Fernando Cruz.

O que diz a Prefeitura
Em nota enviada ao MS Conecta , a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Sectur), reforça investimento de R$ 8 milhões neste ano na classe artística, bem como de R$ 9 milhões no próximo ano.

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) informa que representantes da cultura estiveram em reunião com a pasta e demais secretarias pertinentes nesta quarta-feira (13), onde foi proposto que haverá o investimento de R$9,727 milhões para o setor em 2024, sendo R$4 milhões do tesouro municipal referentes a abertura dos editais do Fundo Municipal de Investimentos Culturais (FMIC) e do Programa de Fomento ao Teatro (Fomteatro) e R$5,727 milhões oriundos da Lei Federal Aldir Blanc, reforçando o compromisso da gestão com o setor cultural de Campo Grande. Vale ressaltar, que em 2023 a Prefeitura pagou o débito no valor de R$2,045 milhões firmados pela gestão anterior, quitando todos os editais do Fmic e do Fomteatro que estavam pendentes. Além disso, foram lançados os editais de R$6,8 milhões referentes à Lei Paulo Gustavo, totalizando o valor de R$8,8 milhões investidos este ano na cultura.


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