Por redação
Na última sexta-feira (8), o Conselho de Segurança da ONU votou uma resolução para um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, em meio à intensificação da campanha de Israel contra o Hamas no enclave palestino. A moção, apresentada durante outras sessões, possuía apoio da maioria dos membros do conselho, mas foi vetada mais uma vez pelos Estados Unidos (EUA).
Na abertura da sessão de emergência, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou a brutalidade dos ataques do Hamas em sete de outubro, que resultaram em mais de 1.200 mortes, segundo autoridades israelenses. Ele ressaltou que essa brutalidade não justifica a punição coletiva dos palestinos e fez um apelo pela libertação dos 130 reféns mantidos pelo grupo em Gaza. O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood afirmou que interromper a ação militar permitiria ao Hamas continuar controlando Gaza, "apenas plantando as sementes para a próxima guerra".
"Por essa razão, embora os Estados Unidos apoiem fortemente uma paz duradoura, na qual tanto israelenses como palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato", explicou Wood.
O conselho convocou a reunião de emergência para ouvir o secretário-geral, António Guterres, que pela primeira vez invocou o Artigo 99 da Carta da ONU, que permite a um chefe da ONU levantar ameaças à paz e segurança internacionais. Guterres requisitou a reunião de semanas de combates que deixaram mais de 17.487 pessoas mortas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.
Em um esforço fracassado para pressionar Washington a abandonar sua oposição a um cessar-fogo, os ministros das Relações Exteriores de Arábia Saudita e outras nações árabes importantes, além da Turquia, estiveram em Washington na sexta-feira. Mas a reunião com o secretário de Estado, Antony Blinken, estava marcada para ocorrer somente após a votação na ONU.
A campanha militar de mais de dois meses de Israel matou mais de 17,4 mil pessoas em Gaza — 70% delas mulheres e crianças — e feriu mais de 46 mil, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, que afirma que muitas outras estão presas sob os escombros. O ministério não diferencia entre mortes de civis e combatentes.