Por redação
Quando o assunto é abertura de empresas, Mato Grosso do Sul cresce em ritmo acelerado. Até o mês de outubro, o estado contabilizou 292 mil pequenos negócios, com mais de 97 mil microempresas, 18.596 estabelecimentos de pequeno porte e 176,6 mil microempreendedores individuais. O solo fértil de oportunidades para os pequenos empreendimentos é cultivado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MS). O diretor-superintendente, Cláudio Mendonça explica o trabalho da entidade privada no estado.
O Sebrae há 50 anos atua no país. Desde então, expandiu sua capacidade de atendimento para abranger todos os estados brasileiros, proporcionou formação a inúmeras pessoas e contribuiu para o surgimento e crescimento de milhares de micro e pequenas empresas em todo o território nacional. Nesses 40 anos, o Sistema demonstrou grande relevância na criação de políticas públicas, teve participação importante na formulação do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Mei), e, em 2020, passou por uma reinvenção para acelerar a transformação digital de empresas.
Claudio George Mendonça é economista, advogado, empresário e produtor rural. Possui MBA em Gestão Empresarial pela FGV, foi presidente da Associação Brasileira dos Sebrae/Estaduais até maio deste ano, onde ocupou assento de decisões nacionais do Sistema por quatro anos. “É um trabalho legal porque você ajuda quem trabalha, aquele que quer ter um sonho, um negócio, que vai abrir uma empresa”, define.
Quando surgiu?
O Sebrae existe como instituição desde 1972, e era, na verdade, com “C”. Quando ainda era Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae), criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e pelo Ministério do Planejamento, atua como instituição governamental. Foi apenas em 1990 que foi transformado em Sebrae, pelo decreto nº 99.570, que complementa a Lei nº 8029, de 12 de abril e desvinculou-se da administração pública.
Sua história, de fato, começa em 1964, com o então Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), atual Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), após a criação do Programa de Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme) e o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), atual Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O Fipeme e o Funtec formavam o Departamento de Operações Especiais do BNDE, no qual foi montado um sistema de apoio gerencial às micro e pequenas empresas. Em uma análise realizada, foi comprovada que a má gestão dos negócios estava diretamente relacionada com os altos índices de inadimplência nos contratos de financiamento celebrados com o banco.
Em 1967, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) instituiu, nos estados da região, os núcleos de assistência industrial (NAI) com o objetivo de prestar consultoria gerencial às empresas de pequeno porte. Os NAI foram embriões do trabalho que futuramente seria realizado pelo Sebrae.
O que faz em MS?
O Sebrae/MS trabalha no Mato Grosso do Sul como articulador junto ao poder público e grandes empresas, de maneira a promover a melhoria do ambiente de negócios, e também no atendimento direto e capacitação aos empresários, para aumentar a competitividade e a capacidade de inovação.
Em maio deste ano, por exemplo, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 57,8% do saldo de empregos criados no mês. O destaque foi o Setor de Serviços, que contribuiu com um saldo de 961 vagas de emprego no mesmo período. O levantamento foi realizado pelo Sebrae, com base nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
“Uma das grandes vantagens do Sebrae é, primeiro, poder fazer essa conexão entre empresários e outras instituições, mas a segunda é, realmente, essa troca que existe entre os Sebraes de todo o país. [...] Para se ter uma ideia, em números absolutos, nós [Sebrae-MS] perdemos em execução de dinheiro do Sebrae Nacional apenas para Minas Gerais. São Paulo não faz essa conta. Mas, por exemplo, é maior do que a execução de Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, que são estados muito maiores do que o nosso”, pontua Cláudio Mendonça.