Por redação
Com o verão próximo, os sul-mato-grossenses devem redobrar os cuidados com picadas de escorpiões. De janeiro a outubro deste ano, o estado registrou mais de 3,6 mil acidentes com esses animais peçonhentos. Campo Grande lidera o ranking das cidades com mais notificações de picadas, com 901 casos, seguido de Três Lagoas, com 554.
Paranaíba é a terceira cidade líder em acidentes com escorpiões em Mato Grosso do Sul, com 189 casos. Apenas no mês de outubro, Mato Grosso do Sul contabilizou 311 casos. O período do verão, entre dezembro e março, é considerado mais grave quando o assunto é acidentes com esses animais, uma vez que o clima úmido e quente é considerado ideal para o aparecimento desse tipo de animal peçonhento, que se abriga em esgotos e entulhos.
O levantamento dos casos a nível estadual foi realizado pelo Centro de Informações e Assistência Toxicológica (Ciatox), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (SES). No ano passado, Mato Grosso do Sul registrou 3.205 acidentes com escorpiões, conforme o Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox), o que representa aumento de 13,04% de 2023 para 2022.
Dados do Ministério da Saúde apontam que o país registrou 154 mil picadas de escorpiões em 2021. Os números referentes ao ano passado, isto é, 2022, ainda não foram disponibilizados pela pasta. Os mais expostos a esses acidentes são trabalhadores de construção civil, crianças e demais pessoas que permanecem grande parte do tempo dentro de casa ou nos arredores e quintais.
Dentre as recomendações para evitar a entrada de escorpiões em casas e apartamentos estão usar telas em ralos de chão, pias e tanques, além de vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Os cuidados incluem ainda afastar camas e berços das paredes e vistoriar roupas e calçados antes de usá-los. Já em áreas externas, a principal dica é manter jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo doméstico.
Outra recomendação é não colocar a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro para realizar atividades que representem certo risco, como manusear entulho e material de construção.
Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, é essencial preservar os chamados inimigos naturais dos escorpiões: lagartos, sapos e aves de hábitos noturnos, como corujas.
Os escorpiões que habitam no meio urbano alimentam-se principalmente de baratas e são comuns em locais onde há acúmulo de lixo. São animais que não atacam, mas se defendem quando ameaçados.
Sinais e sintomas - Quando pessoa é picada por escorpião, a dor é imediata em praticamente todos os casos. Há ainda sensação de formigamento, vermelhidão e suor no local. Após alguns minutos ou horas, principalmente em crianças, que são mais vulneráveis ao veneno, podem aparecer sintomas como tremores, náuseas, vômitos, agitação incomum, produção excessiva de saliva e hipertensão.
A pasta destacou que todos os escorpiões são venenosos e diz que os riscos aumentam de acordo com a quantidade de veneno injetado e em quão nocivo o veneno de cada espécie é para o corpo humano. Os casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total de acidentes.
O soro antiescorpiônico é disponibilizado apenas nos hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Mato Grosso do Sul, caso o morador encontre algum desses animais na residência, a recomendação é fazer o recolhimento dele, colocando-o em um recipiente fechado e procurar atendimento pelo Civitox nos números 0800 722 6001, (67) 3386-8655 ou 150.