Por redação
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara participa, nesta quinta-feira (16), da Grande Assembleia do Povo Terena, na aldeia Cabeceira, em Nioaque, município a cerca de 190 quilômetros de Campo Grande. O Conselho do Povo Terena (CONS), organizador do evento, definiu a presença da ministra como "marco histórico".
A vinda da ministra funciona como uma ponte entre as demandas dos indígenas de Mato Grosso do Sul e o Governo Federal. Essa é a 16ª edição do evento, e a primeira com a presença de um representante governamental do país.
A Assembleia Geral é organizada pelo Conselho do Povo Terena, organização base da Articulação dos Povos Indígena do Brasil (APIB) dentro do estado de Mato Grosso do Sul. O objetivo é congregar os caciques e lideranças indígenas em torno da luta pelo direito originário dos povos indígenas e da política indigenista adotada pelo atual governo, bem como formas de resistir para existir.
Cacique da aldeia Cabeceira Joel Marques afirma que é grande a expectativa de poder falar diretamente para a ministra as demandas referentes a revisão do limite do território indígena. “Poderemos solicitar de perto e ver a viabilidade para curto prazo do retorno da nossa Coordenação Técnica Local (CTL), a unidade administrativa da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que foi arrancada da aldeia Brejão, durante o governo Bolsonaro”.
Além das demandas pontuais, o cacique acredita que é o momento para ampliar as informações sobre as políticas para as populações Indígenas a nível do governo federal. "É o momento oportuno da gente poder trazer e consolidar todas as políticas, incentivos, programas do governo federal, de todas as áreas, saúde, educação, território e sustentabilidade”.
Membro da juventude indígena, a acadêmica de Engenharia Ambiental Gabrielle Marques Terena afirma que Sônia Guajajara é uma grande referência e sua presença “é um momento histórico para a comunidade e para movimento indígena do Estado”.
Sonia Guajajara é pós-graduada em Educação Especial, Bel em letras. Destaca-se por sua luta histórica pelos direitos dos povos originários e pelo meio ambiente. Tem reconhecimento internacional na defesa dos direitos dos povos indígenas, seus territórios e causas socioambientais. Foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes de 2022 pela revista TIME.
Atuou em várias organizações indígenas, como a Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão (Coapima), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB). Foi coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).