Estudo aponta que vacina contra chikungunya induz alta resposta imune

Imunizante também demonstrou um bom perfil de segurança, independentemente da exposição prévia à doença

09/11/2023 00h00 - Atualizado em 16/11/2023 às 17h42

Por redação

Um estudo realizado pelo Instituto Butantan e pela empresa de biotecnologia franco-austríaca Valneva aponta que o imunizante contra a chikungunya induz resposta imune em 98,8% dos adolescentes participantes da fase 3 do ensaio clínico, realizado no Brasil. A doença é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus e pode deixar fortes dores crônicas nas articulações como sequela.

Também pode gerar complicações graves em recém-nascidos infectados durante o parto e idosos com comorbidades. O estudo aponta, ainda, que o imunizante demonstrou um bom perfil de segurança, independentemente da exposição prévia à doença.

As informações de segurança e imunogenicidade servirão de base para solicitar a aprovação do produto no Brasil na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e na Europa, na European Medicines Agency (EMA). A expectativa é submeter o pedido de aprovação para a Anvisa no primeiro semestre de 2024.

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou o imunizante para adultos na última semana. Com isso, a vacina é a primeira autorizada para uso no mundo contra chikungunya.

A pesquisa clínica conduzida no Brasil contou com a participação de 750 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, residentes em áreas endêmicas nas cidades de São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Laranjeiras (SE), Recife, Manaus, Campo Grande e Boa Vista. Dentre os voluntários, 500 foram administrados com uma dose da vacina, enquanto os 250 restantes receberam placebo.

A avaliação da imunogenicidade ocorreu 29 dias após a administração de uma única dose da vacina. Para os participantes sem exposição prévia ao vírus da chikungunya, 98,8% desenvolveram anticorpos protetores. No grupo com histórico de infecção, a taxa de positividade de anticorpos foi de 100%.

O vírus da chikungunya circula em mais de 110 países. No Brasil, só em 2023, foram registrados 143.739 casos prováveis de chikungunya, com maior incidência no Sudeste, seguida das regiões Nordeste e Centro-Oeste, segundo o Ministério da Saúde. Em relação aos óbitos, apenas neste ano foram confirmadas 82 mortes, grande parte delas com comorbidades associadas (73,2%).

Entre 2021 e 2022, houve um aumento de mais de 100% nos casos da doença. Transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, a infecção pode deixar fortes dores crônicas nas articulações como sequela, além de gerar complicações graves em recém-nascidos infectados durante o parto e idosos com comorbidades.


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