Por redação
Presidente da Colômbia entre os anos de 2002 a 2010, Álvaro Uribe foi acusado em tribunal argentino de crimes voltados a execuções e desaparecimentos forçados de civis em seu governo. O caso ficou conhecido como "falsos positivos".
A denúncia foi feita por organizações de Direitos Humanos, após reunião com familiares das vítimas. O juiz federal de Buenos Aires Sebastián Ramos pediu tempo para análise e decisão de uma investigação penal.
Conforme a imprensa local, denunciaram Uribe familiares de quatro dos 6.112 mortos que as forças militares registraram até 2008, durante a presidência do ex-político.
A denúncia foi apresentada com o apoio do Comitê de Solidariedade com os Presos Políticos, do Coletivo de Advogados José Alvear Restrepo e da Corporação Jurídica Libertad, três organizações da Colômbia.
Os eventos já estão registrados na Jurisdição Especial para a Paz (JEP), o mecanismo criado pelos acordos de paz de 2016 entre o Estado colombiano e a guerrilha das FARC, mas sem competência para julgar presidentes e ex-presidentes.
Os "falsos positivos" foram um escândalo realizado pelas forças militares da Colômbia em mais de meio século de conflito armado. As vítimas eram levadas sob engano e falsas promessas de emprego para outras áreas do país, onde eram assassinadas e vestidas com roupas da guerrilha para serem apresentadas como baixas em combate, a fim de obter promoções e dias de folga. Em confissões à JEP, alguns militares afirmaram ter sido pressionados por seus superiores, e até mesmo apontaram o general Mario Montoya, chefe do Exército entre 2006 e 2008 e muito próximo de Uribe.