Por redação
O consumo de músicas por streaming se consolidou como a principal fonte de renda para os músicos e compositores. A indústria musical cresceu mais de 25% nos ganhos, atingindo a marca de 10,83 bilhões de euros em 2022. Conforme relatório da Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) divulgado nesta quinta-feira (26), as receitas provenientes de royalties digitais aumentaram em torno de 34%, totalizando 4,2 bilhões de euros no ano.
No início desta semana, o streaming de música Spotify informou um aumento de 26% no número de seus usuários ativos mensais, totalizando 574 milhões. Por outro lado, as receitas provenientes do setor de apresentações ao vivo e eventos públicos, como concertos, exposições e teatros, registraram um aumento de 69,9% em 2022, atingindo 2,68 bilhões de euros. Esse índice está abaixo quando comparado aos níveis de 2019, com uma queda de aproximadamente 7,9% em relação ao período pré-pandemia.
Segundo o relatório, os espetáculos ao vivo estão em fase de recuperação neste ano e é impulsionado pela demanda reprimida, com crescimento estimado para além das taxas registradas pré-pandemia. Apesar do status atual deste modelo, o levantamento também alerta para incertezas nas perspectivas após 2023, devido a preocupações com os gastos dos consumidores e a possível redução nos orçamentos de turnês dos artistas.
Representando 35% do montante global destinado aos criadores de música, esse dado classifica o uso de streamings com uma importância maior do que a televisão e o rádio. Contudo, o uso de Inteligência Artificial (IA) desponta como um risco futuro para a indústria.
O presidente da CISAC e um dos fundadores do grupo musical sueco ABBA Bjorn Ulvaeus relata que a inteligência artificial pode ter um impacto sobre os lucros do setor no futuro. “Ela pode não afetar as arrecadações dos criadores em 2023, mas afetará nos próximos anos. Neste momento, os criadores devem se sentar à mesa com as empresas de tecnologia e as autoridades no mais alto nível”.
A CISAC é uma rede de sociedades de autores que protege os direitos e representa os interesses de mais de quatro milhões de criadores de música, audiovisual, teatro, literatura e artes visuais.