Por redação
Nesta quarta-feira (18), o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) vetou a proposta de pausa humanitária no conflito entre Israel-Hamas. O texto apresentado pelo governo brasileiro solicitava uma pausa nos confrontos para permitir o acesso de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Iniciativa foi rejeitado devido a um voto contrário por parte do governo norte-americano.
Devido ao status de membro permanente, o voto dos Estados Unidos inviabiliza a execução da proposta. A votação totalizou 12 votos a favor, duas abstenções, sendo uma da Rússia, e um voto contrário. Atualmente, o Brasil preside o conselho.
Após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield destacou a presença do presidente norte-americano, Joe Biden, na região do conflito no momento e que a situação demonstra o envolvimento do país no tema. “Apesar de reconhecermos o desejo do governo brasileiro de aprovar a proposta, acreditamos que precisamos deixar essa diplomacia acontecer. Sim, resoluções são importantes. E sim, esse conselho deve se manifestar. Mas as ações que tomamos devem levar em conta o que acontece no local e apoiar esforços diretos de diplomacia que podem salvar vidas”.
Linda Thomas-Greenfield também acrescentou que “os Estados Unidos estão desapontados pelo fato dessa resolução não mencionar o direito de Israel de autodefesa. Como qualquer outro país do mundo, Israel tem o direito de se autodefender”.
Na segunda-feira (16), membros do conselho rejeitaram uma proposta de resolução da Rússia sobre o conflito. O país apresentou um projeto de cessar-fogo imediato, incluindo a abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns com segurança, mas não condenava diretamente o Hamas pelos atos de violência cometidos contra Israel. A proposta teve cinco votos favoráveis, quatro contrários e seis abstenções.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira explicou que o Brasil, na condição de presidente do Conselho de Segurança, foi demandado pela maioria dos membros do conselho a redigir uma proposta que acomodasse as opiniões de todos os membros. “Fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidade, que parassem os sacrifícios humanos e que pudéssemos dar algum tipo de assistência às populações locais e aos brasileiros. A nossa preocupação foi sempre humanitária nesse momento e, enfim, cada país terá tido sua inspiração própria”.
Sobre a votação que ocorreu nesta quarta-feira, Vieira também acrescenta que a proposta foi elaborada após diversas consultas. “Apresentamos um texto que foi aceito por 12 dos 15 membros. Esse texto focava, basicamente, na cessação das hostilidades, no aspecto humanitário, criando uma passagem humanitária para que pudessem sair os nacionais de terceiro países, como nossos 32 brasileiros, e que também estabelecia a possibilidade de envio de ajuda humanitária. Infelizmente, não foi possível aprovar. Ficou clara uma divisão de opiniões”.
O Conselho de Segurança da ONU tem cinco membros permanentes, a China, França, Rússia, Reino Unido e os Estados Unidos. Fazem parte do conselho rotativo a Albânia, Brasil, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso o apoio de nove do total de 15 membros, sendo que nenhum dos membros permanentes pode vetar o texto.