Por redação
Empresas do setor da produção de carvão vegetal foram os maiores registros incluídos, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), na Lista Suja do trabalho escravo publicada, nesta quinta-feira (5). Na edição semestral deste ano, foram 204 novos empregadores de diversos setores incluídos, o número mais alto na história.
A lista conta com 23 produtores de carvão vegetal, 22 criadores bovina, 19 empregadores de serviços domésticos, 12 de cultivo de café (12) e 11 de extração e britamento de pedras. Entre as unidades da federação, a maior quantidade de novos casos foi registrada em Minas Gerais (37), seguida por São Paulo (32), Pará (17), Bahia (14), Piauí (14) e Maranhão (13).
O MTE resgatou, até 14 de junho de 2023, 1.443 trabalhadores em situação análoga à escravidão. No primeiro semestre do ano passado, foram 771. Neste ano, o aumento foi de 87,15%.
A Lista Suja mostra que os 473 empregadores submeteram, ao todo, 3.773 trabalhadores a condições análogas à escravidão. Já o total de pessoas resgatadas nessas condições pela Inspeção do Trabalho no Brasil, desde 1995, chega a mais de 61 mil pessoas, segundo o site do ministério.
O MTE também incluiu o nome de uma cervejaria conhecida no país: a Kaiser, do grupo Heineken Brasil. Em nota divulgada pela Agência Brasil, a cervejaria afirmou que foram surpreendidos pelo caso, que ocorreu em 2021, com uma das prestadoras de serviços da companhia.
“Na ocasião, perplexos, nos mobilizamos para prestar todo apoio aos trabalhadores envolvidos e para garantir que todos os seus direitos fundamentais fossem reestabelecidos prontamente. Além disso, asseguramos as medidas necessárias junto à transportadora, que não faz mais parte do nosso quadro de fornecedores”, informou.