Por redação
Entidades do governo estadual e federal responderam de maneira rápida e eficaz aos focos de gripe aviária no município de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Equipes de fiscais e técnicas da Agência Estadual de Sanidade Animal e Vegetal (Iagro) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atuaram no combate e erradicação do crise sanitária. Vírus foi identificado em criação de aves domésticas e ocasionou barreiras sanitárias no município e interrupção nas exportações para o Japão.
Mato Grosso do Sul possui uma preparação sólida para assegurar uma resposta ágil e eficiente na preservação da saúde da avicultura local. Avaliação foi feita pelo secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante reunião na quarta-feira (03) do Grupo Especial de Atenção à Suspeita de Enfermidades Emergenciais ou Exóticas de Mato Grosso do Sul (Gease/MS).
Encontro foi realizado no auditório da Superintendência Federal de Agricultura (SFA/Mapa) e debateu as ações de trabalho da equipe que não mediu esforços para combater o foco da influenza aviária H5N1 detectado no mês passado em aves de subsistência em Mato Grosso do Sul. Objetivo da reunião foi apresentar as ações de prevenção e combate à influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) que foram tomadas para exterminar o foco da doença, que culminou com o sacrifício de 80 aves.
Além disso, os técnicos que atuaram no local apontaram as diretrizes de monitoramento das aves e a biossegurança nas regiões de avicultura de corte e postura. Verruck destacou a importância do trabalho eficiente e rápido para extirpar o foco. "Com uma atuação integrada e eficiente, as equipes da Iagro, Ministério da Agricultura, envolvendo fiscais e técnicos operacionais além do apoio da Prefeitura de Bonito, o resultado foi fantástico".
O diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, também reforçou que o entrosamento da equipe e da cadeia produtiva foi primordial para o resultado. "A colaboração conjunta, com a participação essencial do produtor rural, culminou em um trabalho notável. Como conclusão, essa experiência deve nos inspirar a manter uma prontidão constante, adotando um conjunto de medidas para enfrentar qualquer situação, replicando essa eficácia e integração exemplares que presenciamos nesta ação".
Ações rápidas
No encontro a chefe da divisão de Defesa Sanitária da Iagro e médica veterinária, Janine Ferra Vieira de Almeida apresentou o case de Bonito, como foram feitos os procedimentos na propriedade foco e as ações vigilância que ainda estão sendo executadas.
Janine Ferra lembra que o Mapa confirmou no dia 16 do mês passado um foco de gripe aviária (H5) em uma criação de aves domésticas de subsistência na cidade de Bonito. Após ser informada da ocorrência da mortalidade pelo proprietário da fazenda, os fiscais estaduais agropecuários inspecionaram as aves e identificaram sinais compatíveis com a doença, culminando na coleta de material para diagnóstico laboratorial. O produtor rural abriu mão da indenização dos animais e prestou apoio significativo para a atuação dos fiscais, assim como a Prefeitura de Bonito, que ajudou com maquinários, equipamentos e alimentação para a equipe de servidores.
O diagnóstico foi realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária – LFDA-SP, que fica em Campinas (SP). Com a confirmação. começou então uma verdadeira operação de guerra com a Iagro designando uma equipe de emergência para realizar as medidas sanitárias no local. Na propriedade, todas as aves foram sacrificadas e as ações de fiscalização na área de perifoco (3 km) e na área de vigilância (7 km) foram iniciadas, conforme estabelecido no Plano de Contingência. "Fizemos o sacrifício de 64 aves adultas e mais 16 aves de recria e pintinhos. Após a limpeza, com uso de bomba costal, fizemos toda a desinfecção com produto específico e recomendado e usamos a vassoura de fogo", detalhou a fiscal agropecuária.
Após todo este trabalho emergencial, ela conta que foram vistoriadas 151 propriedades na região, feita fiscalização com drones, trabalhos de educação sanitária junto a população e as revendas agropecuárias. Atualmente a região está sob vazio sanitário de 30 dias desde o surgimento do foco e sob constante monitoramento da equipe.
Médico veterinário e fiscal agropecuário da Iagro, Roberto Bueno explicou sobre como funcionam as ações de emergência sanitária no combate a focos de doenças animais. Bueno relembrou o caso de febre aftosa de 2005 no estado, que teve um desempenho exemplar da Iagro na intenção da recuperação do status sanitário de Mato Grosso do Sul.
Ao final do encontro foi realizado um balanço da ação e coletadas sugestões para prevenção de eventos futuros como a realização de treinamentos e a cooperação dos fundos privados de sanidade animal.
As necessidades de reforço de equipes com mais pessoas a campo e estrutura também foram debatidas visando melhorar ainda mais os trabalhos da vigilância sanitária estadual e vegetal. "Este episódio mostrou como deve ser feito rapidamente a ação e seguindo todos os protocolos. Por isso, quero cumprimentar a capacidade técnica da equipe, a motivação e a responsabilidade", salientou o secretário da Semadesc.
Alerta constante
Verruck ressaltou que o alerta continua assim como a constante vigilância. "Esperamos que com todo o trabalho de sanidade que está sendo feito não tenhamos casos em granjas comerciais. Acho que este é um grande objetivo".
Com relação ao embargo do Japão à carne de aves do Mato Grosso do Sul, Verruck relatou que o governador Eduardo Riedel já pediu ao ministro Carlos Fávaro a antecipação da retirada da restrição. "O governador fez o pedido ao ministro pela antecipação já que todos os dados e relatórios encaminhados ao Ministério davam o caso como encerrado".