Índice de suicídio entre crianças e adolescentes é alto e necessita de atenção, alerta estudo

Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria apontam que cerca de mil crianças e adolescente, entre 10 e 19 anos de idade, tiram a própria vida por ano

26/09/2023 00h00 - Atualizado em 01/10/2023 às 13h14

Por redação

Um estudo da Sociedade Brasileira de Pediatra (SBP) alerta para a necessidade de atenção ao alto índice de suicídio entre crianças e adolescentes da faixa etária de 10 a 19 anos. Conforme o levantamento, cerca de mil crianças tiraram a própria vida por ano entre 2012 e 2021.

O dado se baseia em registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Ao todo, no período pesquisado, o Brasil registrou 9.954 casos de suicídio ou morte por lesões autoprovocadas intencionalmente.

A maioria dos casos está consolidada entre os adolescentes. Foram 8.391 óbitos (84,29%) na faixa etária de 15 a 19 anos; e 1.563 mortes (15,71%) na faixa de 10 a 14 anos de idade.

De acordo com os números apurados pela SBP, a maior prevalência de suicídio ocorre entre os jovens do sexo masculino. Ao longo da série histórica, de 2012 a 2021, os rapazes representam mais que o dobro de casos sendo homens 6.801 episódios (68,32%) e mulheres 3.153 (31,68%). Já pela distribuição geográfica, os estados que apresentam as maiores taxas, englobando meninos e meninas, são São Paulo (1.488), seguido de Minas Gerais (889); Rio Grande do Sul (676); Paraná (649); e Amazonas (578).

A presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP lamentou que não haja no Brasil leis que protejam as crianças e adolescentes das mídias sociais, que fazem um marketing de consumo e propiciam meios para o suicídio, embora isso seja um crime pelo artigo 122 do Código Penal.

A recomendação da especialista é que, aos primeiros sinais, a criança deve ser levada a um pediatra para uma avaliação geral, inclusive por uma equipe interdisciplinar e por profissionais da saúde mental, como psicólogo, psicanalista, psiquiatra, especialistas em infância e adolescência.

Como se trata, ao mesmo tempo, de uma violência, é preciso chamar também a rede de proteção, coisa que, dificilmente, as pessoas fazem. A tentativa de suicídio é de notificação obrigatória, destacou.


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