Preso ao entrar no Brasil com documentos falsos já tinha pena de 80 anos por assassinatos

Luccas Abagge faz parte da família Abagge, sobrenome ligado a assassinato no paraná nos anos 90

19/06/2022 00h00 - Atualizado em 21/06/2022 às 22h18

Por Vinícius Reis

Ao cruzar a fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, o homem de 32 anos que se apresentou nos documentos como Evandro Oliveira Ribeiro, é na verdade Luccas Abagge, condenado a 80 anos de prisão por assassinatos no Paraná, e filho de Beatriz Abagge, uma das condenadas pela morte do menino Evandro Ramos Caetano, em 1992.

O que chamou atenção da Policia Militar para abordar o veiculo foram os faróis do carro, que estavam apagados. No veículo, Luccas estava com a esposa e ao ser abordado, apresentou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com o nome Evandro Oliveira Ribeiro. Porém, quando as autoridades consultaram o documento na Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), perceberam que a foto era de outro condutor.

Ao fazer a verificação no sistema policial, os agentes constataram que havia um mandado de prisão para Luccas em aberto no Paraná. Ele foi condenado, em julho de 2019, a cumprir 32 anos de prisão por homicídio qualificado e tentativa de homicídio, por matar um adolescente a tiros e ferir outro em Curitiba, no ano de 2015. No início de 2019, Luccas ainda foi condenado a 54 anos por outro homicídio, que aconteceu em julho de 2016.

A equipe responsável por descobrir a identidade falsa foi a Força Tática do 4ª Batalhão da Polícia Militar de Ponta Porã. De acordo com a ocorrência, o foragido conduzia um Chevrolet Celta com placas de Catalão (Goiás), pela Avenida Tiradentes, na cidade fronteiriça, vindo de Pedro Juan Caballero.

Após a identificação, ele foi encaminhado para a 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã. De acordo com o registro policial, foi necessário usar algemas para garantir a segurança do indivíduo e dos policiais, já que ele estava “muito agressivo e nervoso”. Luccas permanece preso na delegacia por uso de documento falso.

Nesta segunda-feira (20), a Justiça de Mato Grosso do Sul decretou a prisão preventiva de Luccas Abagge. Por isso, o homem vai permanecer detido no estado, mesmo com duas condenações da justiça paranaense.

Luccas é filho de Beatriz Abagge, conhecida pelo “Caso Evandro”, o menino de 6 anos morto em Guaratuba no Paraná. Ela chegou a ser condenada pela morte do menino em 1992, teve perdão judicial, mas pede a revisão do processo até hoje. Numa série documental, ela relata ter sofrido tortura para confessar o assassinato da criança durante suposto ritual de magia negra e depois disso, recebeu pedidos de perdão do Estado do Paraná.


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