Por Wendell Reis | InvestigaMS
O vereador Ayrton Araújo (PT) anunciou nesta terça-feira (29), durante sessão na Câmara, que não vai mais presidir a comissão criada para valiar contratos e fiscalizar o cumprimento efetivo dos acordos feitos entre a Prefeitura de Campo Grande e empresas vencedoras de licitações para prestação de serviço na Capital.
Segundo Araújo, a decisão atende pedido do Partido dos Trabalhadores (PT), que defende a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para avaliar os contratos. Agora, o presidente da Câmara, Carlos Augusto Borges (PSB), indicará outro participante e novo presidente.
Com a saída de Ayrton Araújo, restaram os vereadores Clodoilson Pires (Podemos), escolhido como relator, Silvio Pitu (PSD), Dr. Jamal (MDB) e Ademir Santana (PSDB). Eles terão como objetivo avaliar o trabalho feito pelas empresas em contrato com a prefeitura.
“Todos os contratos investigados e vigentes serão fiscalizados para saber se os serviços estão sendo feitos. Eles vão nos bairros para aprimorar a aplicabilidade da fiscalização. Em 60 dias teremos um resultado”, explicou o presidente da Câmara, vereador Carlão.
A comissão surgiu após operação Cascalhos de Areia oriunda de Procedimento Investigatório Criminal (PIC) que tramita na Promotoria de Justiça e apura a atuação de possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos junto ao Município de Campo Grande, que ultrapassam 300 milhões de reais.
A operação teve como principal alvo a empresa ALS, do empresário André Luis Soares, conhecido como André Patrola. No total, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, incluindo documentos na Secretaria de Obras.
Uma denúncia anônima levou o Ministério Público Estadual (MPE) à Operação “CASCALHOS DE AREIA”. O denunciante relatava suposto esquema de corrupção na empresa ALS Construtora, de propriedade de André Luis Soares, mas levou a investigação a outras três empresas.
Durante investigação, o MPE acabou encontrando participação de outras três empresas: Engenex Construções, de Edcarlos Jesus Silva e Paulo Henrique Silva Maciel: JR Comércio e Serviços LTDA, de Adir Paulino Fernandes; e MS Brasil Comércios e Serviços, também de Edcarlos Jesus Silva.
A comissão terá como alvos os seguintes contratos:
– Empresa Engenex Construções e Serviços Eirelli – EPP (Região do Lagoa), Contrato n. 194, de 19 de julho de 2018;
II – Empresa Gradual Engenharia e Consultoria LTDA (Região do Segredo), Contrato n. 214, de 27 de julho de 2018;
III – Empresa Engenex Construções e Serviços Eirelli – EPP (Região do Imbirussu), Contrato n. 215, de 27 de julho de 2018;
IV – Construtora Rial LTDA – EPP (Região do Anhanduizinho), Contrato n. 216, de 27 de julho de 2018;
V – Empresa A.L. dos Santos & Cia LTDA (Região do Prosa), Contrato n. 217, de 27 de julho de 2018;
VI – Empresa Construtora Rial LTDA – EPP (Região do Bandeira), Contrato n. 221, de 27 de julho de 2018.
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