Nascida em Petrópolis, interior do Rio de Janeiro, Patrícia Balter de Carvalho Faracco passou toda sua vida em Mato Grosso do Sul. Por causa do pai, juiz de direito, morou em diversas cidades no interior durante a infância e adolescência, mas foi na Capital Morena que estudou, se formou e vive até hoje.
Quando optou pela graduação, não fugiu da influência do pai e também foi estudar Direito. Porém, herdou dele também o gosto e a vontade de organizar e fazer festas. “O que eu queria era fazer festa, só que não tinha uma faculdade disso. Escolhi o Direito por causa do meu pai, ele queria muito e eu acabei fazendo pensando na estabilidade. Mas, na verdade, sempre gostei de outra coisa. Acabei prestando Educação Artística também e fiz as duas juntas”.
Patrícia conta que, quando criança, costumava organizar festas para suas bonecas e comemorações do bairro em que morava. “Meu pai sempre foi muito festeiro, qualquer coisa era motivo de comemoração, então eu fui criada assim. Organizava festas das bonecas, da vizinhança. Sempre gostei muito de datas comemorativas e de comemorar, reunir os amigos e a família”.
Assim, mesmo ingressando no Direito, Patrícia trabalhou com eventos oficiais. “Quando fui para o tribunal, nunca abri um processo. Criamos um setor que fazia toda a parte de eventos, inaugurações de fórum, posses, o colar do mérito. Toda essa parte existe até hoje”. Patrícia conta que nessa época fez cursos sobre a organização de eventos e cerimoniais públicos, o que a ajudou a perceber que era o que realmente gostava de fazer.
Sua empresa de cerimonial existe há 30 anos na cidade. O primeiro evento foi uma boda de ouro, mas já fez formaturas, festas de 15 anos e eventos empresariais. Porém, sem dúvidas, seus eventos favoritos são os casamentos. “Foi onde me encontrei. Deixei de ser uma funcionária pública pra montar minha própria empresa, e fazer aquilo que gosto. A proposta era de me realizar profissionalmente e, hoje, posso dizer que sou uma pessoa realizada”. A cerimonialista conta que o apoio do marido foi fundamental no andamento da empresa. “Tenho 35 anos de casada e o ritmo de quem trabalha com festa é muito diferente. Ele trabalha comigo e é meu braço direito e esquerdo”.
Ainda assim, existia a insegurança de sair do funcionalismo público e perder a estabilidade. Depois, trabalhou por um tempo com eventos do Tribunal Regional Eleitoral e, nessa época, começou a fazer algumas comemorações particulares, de amigos e conhecidos. “Eu tinha uma vida dupla. Uma amiga ia casar, a irmã de uma amiga ia casar, falavam ‘Você me ajuda?’. Um dia meu marido chegou pra mim e falou: faz isso que você quer fazer e cobra, profissionalmente. Depois disso as coisas começaram a acontecer”.
Ao longo desses anos, Patrícia já realizou mais eventos do que consegue contar, mas acredita terem sido, pelo menos, mil casamentos. Por causa dos clientes fiéis, acompanhou o crescimento de famílias e tem a felicidade de estar presente em momentos especiais.
Para ela, a pandemia foi um momento desgastante pela falta de perspectiva, mas importante na parte pessoal, já que pôde aproveitar a gravidez da filha e da nora, e o nascimento dos netos. “Deus foi perfeito, exatamente nessa fase me deu dois netos. Pude curtir muito, acompanhar, foi muito bom, revigorante. Eu falo que agora estou vivendo a melhor fase da minha vida, sendo avó, super estabilizada na profissão e podendo escolher o que eu quero fazer”.
No tempo livre, Patrícia gosta de viajar, cuidar dos netos e, claro, reunir os amigos. “Minha mãe diz: quando ela não tem festa pra fazer, o que ela faz? Ela inventa uma festa. E é isso que eu gosto de fazer no meu tempo livre, reunir todo mundo”. Como conselho, garante que a realização pessoal é fazer o que se gosta e seguir os seus sonhos. “Temos que seguir nossos sonhos, correr atrás do que a gente quer, porque sempre é possível. Tem que ser uma pessoa com fé, acreditar e sempre tentar melhorar naquilo que você se propõe a fazer”, finaliza.
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