Por Vinícius Reis
Você sabe o que é a biotecnologia? Ela é o conjunto de procedimentos que envolvem a manipulação de organismos vivos para fabricar ou modificar produtos. A palavra tem origem grega: “bio” significa vida, “technos”quer dizer técnica e “logos” remete à palavra “conhecimento”. A biotecnologia é do ramo da Biologia e cria produtos para melhorar a forma como vivemos, usando de conhecimentos acadêmicos, experimentação e constante inovação.
As técnicas de biotecnologia se desenvolveram em meados de 6.000 a.C. com os processos de fermentação para produção de bebidas alcoólicas. Em seguida, iniciou também a produção e fermentação de pães, queijos, vinagres e iogurtes.
No século XVII, o pesquisador Anton Van Leeuwenhoek descobriu a existência de seres minúsculos por meio do microscópio, mas apenas em 1876 Louis Pasteur provou que esses microrganismos eram os causadores da fermentação.
Embora esta ciência já exista há milênios, o termo “biotecnologia” foi criado apenas em 1919 pelo engenheiro húngaro Karl Ereky. Foi também no período das Guerras Mundiais que houve um aumento expressivo em estudos para a fabricação de explosivos e munições através da utilização de produtos biotecnológicos. Outros avanços aconteceram no segmento, como a descoberta da penicilina por Alexander Fleming, em 1928.
Depois disso, as pesquisas em biotecnologia aumentaram e levaram à criação de novos campos de estudos como a engenharia genética, técnicas como a do DNA recombinante e eventos marcantes, como o nascimento do primeiro mamífero clonado, a ovelha Dolly.
A transição da biotecnologia clássica para a moderna teve início com as descobertas do monge Gregor Mendel, considerado o pai da genética. O monge cientista foi o primeiro a demonstrar a recombinação do DNA, em 1866, durante a reprodução sexuada por meio de seus experimentos envolvendo o cruzamento de ervilhas.
Com esse experimento, levantou-se a hipótese de que haveria transferência de características entre os organismos vivos, abrindo o caminho para o desenvolvimento de microrganismos e plantas com características de interesse. A partir disso, diversas pesquisas relacionadas aos genes foram intensificadas, resultando em grandes marcos que possibilitaram a biotecnologia moderna.
O termo Biotecnologia Moderna é utilizado para se referir ao uso da biotecnologia nos dias atuais e está ligado às técnicas de manipulação de material genético e à fusão de células, que vai além das barreiras de reprodução normal.
Com diversos tipos e cada um deles com sua aplicação específica, é possível desenvolver produtos e soluções em diversas áreas como medicina, agricultura, pecuária, alimentação, bioenergia, indústria química, eletrônica, dentre outras.
Atualmente, existem dez diferentes tipos de biotecnologia e eles são classificados por cores. Confira abaixo cada uma:
Biotecnologia Vermelha: Área médico-farmacêutica e preservação da saúde - vacinas, medicamentos, meios de diagnóstico, órgãos artificiais, cultura de células e tecidos;
Biotecnologia Amarela: Área de Nutrição - obtenção de alimentos mais produtivos, com maior valor nutritivo, enriquecidos, que causem menos alergias.
Biotecnologia Branca: Área industrial - biotecnologia alternativa às tecnologias tradicionais, produção de enzimas, polímeros biodegradáveis e combustíveis renováveis.
Biotecnologia Cinza: Área ambiental - microrganismos e plantas utilizados na descontaminação do solo, despoluição de rios, mares e da atmosfera; produtos biodegradáveis.
Biotecnologia Azul: Exploração de mares e oceanos - uso de recursos aquáticos como microrganismos, algas do ambiente marinho para uso industrial (cosméticos, medicamentos, etc).
Biotecnologia Marrom: Exploração de plantas, microrganismos resistentes a ambientes áridos, secos ou de grande concentração salina.
Biotecnologia Dourada: Área de bioinformática e nanotecnologia - análise de dados como sequenciamento genético, proteínas etc.
Biotecnologia Violeta: Regulamentação de conflitos, dilemas morais, questões éticas, patentes.
Biotecnologia Laranja: Educação em Biotecnologia.
Biotecnologia Preta: É a área que investiga o desenvolvimento de armas biológicas e o fomento do bioterrorismo.
