Redução salarial e desemprego são responsáveis por 25% da inadimplência no Brasil, diz estudo

Pesquisa realizada pela Paschoalotto revela o comportamento dos inadimplentes no primeiro semestre de 2023

31/07/2023 00h00 - Atualizado em 31/07/2023 às 18h50

Por redação

Períodos de recessão econômica, altas taxas de desemprego e baixo crescimento do PIB afetam diretamente a capacidade das pessoas de honrar suas obrigações financeiras. Com a redução de postos de trabalho e do poder de compra é comum um aumento da inadimplência e do endividamento, uma vez que os indivíduos tendem a recorrer a empréstimos e a utilização do crédito disponível.

Segundo levantamento realizado pela Paschoalotto, empresa de recuperação de crédito, os principais fatores que motivam a inadimplência na pessoa física são o atraso salarial ou rendimentos e o endividamento direto com cartão de crédito e bens com garantia. Conforme dados analisados, 24,06% da inadimplência está concentrada em pessoas que tiveram redução salarial e/ou passam por um cenário de desemprego.

“Quando o poder de compra diminui e as oportunidades de trabalho são escassas, muitos indivíduos recorrem a empréstimos ou utilizam o crédito disponível, aumentando seu endividamento e, consequentemente, a inadimplência”, explica Diego Mosquim, Diretor de Planejamento da Paschoalotto.

Panorama da inadimplência sem garantia

A faixa de atraso sem garantia - cheque especial, cartão de crédito, empréstimo e entre outros - até 90 dias, de janeiro a junho de 2023, representou 69,98%, enquanto em 2022 esse percentual era 71,68%. Já a faixa de atraso acima de 90 dias foi de 30,02% no mesmo período, contra 28,32% do ano passado.

Quando se trata do tipo de acordo feito, neste ano 69,36% preferiram quitar suas dívidas à vista contra 30,64% que apostaram no parcelamento. Para essas dívidas, a média do valor pago em 2022 foi de R$ 276,44 contra uma média de R$ 285,36 em 2023.

Panorama da inadimplência com garantia

De acordo com o estudo, a faixa de atraso com garantia - bens que são financiados e que podem ser tomados caso não sejam quitados - até 90 dias, foi de 85,55%. E de 14,45% para a faixa de atraso acima de 90 dias.

Na hora de acertar a conta, 31,84% preferiram pagar uma parte, 66,69% apostaram em uma atualização e apenas 1,47% quitaram suas dívidas. A pesquisa ainda revela que sobre o valor médio pago das dívidas, os bens com garantia vêm na crescente com média acima de R$ 1.600 contra R$ 1.466 de 2022

Canais de pagamento

Quando o assunto é o canal de pagamento, a escolha para negociar a dívida pode depender de vários fatores. Entre eles, destacam-se o tipo de dívida, a instituição credora e sua preferência pessoal. Atualmente, as empresas oferecem canais digitais, telefônicos e até mesmo físicos para a realização do pagamento.

Apesar de ainda representarem menos de 20% das respostas, os canais digitais registram crescimento em sua participação como meio de negociação e pagamento. Muito disso é devido a maior conveniência e flexibilidade, conforme registrado pelo levantamento.

Entre janeiro e junho de 2023, apenas 16,23% preferiram usar os canais digitais, enquanto 83,7% negociaram as dívidas através do telefone ou presencialmente. Apesar do número ainda ser pouco expressivo, os canais digitais registraram aumento quando comparados a 2022, quando apresentaram 11,3%.

A inadimplência no Brasil é uma preocupação latente, pois é um indicador importante sobre como está a saúde financeira de indivíduos e empresas. “É importante que sejam adotadas medidas para monitorar e combater a inadimplência, como educação financeira, políticas públicas adequadas, medidas de controle de crédito e a oferta de programas de renegociação de dívidas”, finaliza Mosquim.


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