Grande asteroide passa próximo à Terra e só foi descoberto por observatório dias depois

Objeto denominado 2023 NT1 está entre os maiores que chegaram tão perto do planeta nos últimos tempos e acendeu um alerta para asteroides potencialmente perigosos que passam despercebidos

17/07/2023 00h00 - Atualizado em 21/07/2023 às 16h16

Por redação

Um asteroide passou próximo do planeta terra no dia 13 de julho, mas não foi descoberto até o dia 15 de julho pelo observatório Atlas na África do Sul. Denominado 2023 NTI, o objeto tem cerca de 60 metros de diâmetro, um dos maiores que passaram próximos à terra nos últimos tempos. O asteroide voou a cerca de um quarto de distância entre a terra e a lua – a mais de 96.500 km.

A distância é considerada segura, mas causou um alerta sobre como objetos potencialmente perigosos podem voar perto da terra de maneira despercebida. Com esse tamanho, 2023 NT1 pode causar danos significativos. O meteorito de Chelyabinsk, que feriu cerca de 1.500 pessoas e danificou mais de 7.000 casas e prédios quando caiu na Rússia em fevereiro de 2013, tinha apenas 20 metros de diâmetro.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), estatisticamente, asteroides deste tamanho atingem a terra uma vez a cada 50 a 100 anos e podem ser catastróficos, como prova o caso da extinção dos dinossauros em sua teoria mais aceita pela comunidade científica.

Outro caso mais recente ocorreu em novembro de 2021, quando o asteroide 2021 UA1 foi identificado horas após passar razoavelmente próximo a satélites em órbitas geoestacionárias, a apenas três mil km de altitude da terra. Muitos asteroides como 2023 NT1 que voam em direção à terra não são facilmente detectados pelos cientistas, pois refletem a luz solar, especialmente objetos considerados pequenos na escala do espaço.

Prevendo Chelyabinsk

Assim como o 2023 NT1, ninguém viu o meteoro Chelyabinsk chegando em 2013. Esse fato colocou em pauta a necessidade da criação de tecnologias que possam acompanhar a chegada de objetos próximos ao planeta terra. Para isso, a ESA gerencia o projeto Neomir, telescópio que estará localizado entre a terra e o sol durante sua missão e atuará “como um sistema de alerta precoce para asteroides de 20 metros ou maiores que não podem ser vistos do solo”, explicou a agência.

Estando situado fora da atmosfera distorcida da terra e com um telescópio observando na luz infravermelha, Neomir monitorará um anel próximo ao sol que é impossível de ser observado a partir do solo terrestre. A ESA estima que pode haver um milhão de asteroides na mesma faixa de tamanho de 30 a 100 metros voando próximos da terra. Mais de 98% deles ainda não foram descobertos, segundo a agência espacial.

Asteroides pequenos, com menos de um quilômetro de diâmetro, são chamados de meteoroides. Quando adentram a atmosfera terrestre, passam a ser chamados de meteoros – que podem se fragmentar em meteoros menores, devido ao atrito com o ar, se tornando, então, vários meteoritos. “A missão detectará asteroides passando entre a terra e o sol – qualquer um que represente uma ameaça e que não possamos ver no momento terá que passar por este anel”, disse a ESA.

O lançamento da missão está previsto para meados de 2030 com um foguete Ariane 6 -2.


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