Por Wendell Reis | InvestigaMS
Um projeto que tramita na Assembleia Legislativa, de autoria da deputada Gleice Jane (PT), estabelece obrigatoriedade de paridade de gênero na divisão de recursos públicos destinados ao incentivo de modalidades esportivas, garantindo que nenhum gênero receba menos que 30% dos recursos.
O projeto normatiza os recursos oriundos de fontes públicas, incluindo fundos de incentivo ao esporte, loterias e outras formas de financiamento estatal, que deverão ser respeitados por órgãos e entidades responsáveis pela distribuição dos recursos destinados ao incentivo do esporte no Estado do Mato Grosso do Sul. A lei considera paridade de gênero a destinação de valores equivalentes para o incentivo de modalidades esportivas masculinas e femininas, respeitando o mínimo de 30% para qualquer gênero.
A deputada pondera que o projeto tem por objetivo primordial combate a desigualdade de gênero nas práticas esportivas de alto rendimento, o que prejudica historicamente a diversidade e inclusão no esporte.
“Tais disparidades são particularmente visíveis quando observamos o super patrocínio de modalidades esportivas masculinas em contraste com o subfinanciamento, quando não o completo abandono, das mesmas modalidades na vertente feminina. O futebol de campo é um exemplo claro dessa desigualdade. Apesar do crescimento do futebol feminino e do aumento da participação das mulheres neste esporte, ainda há uma disparidade significativa nos investimentos destinados às modalidades masculinas e femininas. Essa desigualdade se reflete em salários, prêmios, condições de treinamento e visibilidade midiática”, justifica o projeto.
Gleice ainda ressalta que o esporte é um ambiente onde as desigualdades de gênero são frequentemente intensificadas, sobretudo devido à falta de investimento e apoio para as mulheres.
“Este cenário repercute não somente no desempenho das atletas, mas também na representatividade e no estímulo para as futuras gerações. Os recursos para o desenvolvimento do esporte devem ser distribuídos de maneira justa e equitativa, independentemente do gênero. A falta de investimento adequado limita a capacidade das mulheres de competir em igualdade de condições com os homens, negando-lhes a oportunidade de alcançar seu potencial máximo e contribuir de forma significativa para o esporte”, detalha.
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