Por redação
O uso de inteligência artificial generativa — aquela semelhante ao ChatGPT — na criação de softwares terá um impacto de até US$ 1,5 trilhão no PIB global até 2030. O valor é próximo ao calculado para o PIB brasileiro, em dólares, em 2021 (US$ 1,6 trilhão), segundo o Banco Mundial.
A conclusão é de estudo que acaba de ser divulgado pela consultoria Keystone.AI, o professor da Harvard Business School Marco Iansiti e Thomas Dohmke, CEO da GitHub, plataforma colaborativa de programação da Microsoft que tem entre seus produtos justamente uma ferramenta de IA generativa que auxilia desenvolvedores a escreverem seus códigos.
O cálculo levou em consideração os ganhos de produtividade proporcionados por essas ferramentas, quanto eles equivaleriam em termos de mão de obra e seu impacto no PIB.
“Considerando-se um aumento de produtividade de 30%, com um número projetado de 45 milhões de desenvolvedores em 2030, a inteligência artificial generativa poderia adicionar 15 milhões de ‘desenvolvedores efetivos’ à capacidade mundial de programação nesse período. (...) Supondo que o impacto médio de um desenvolvedor seja semelhante ou maior ao de um trabalhador qualificado (o que também parece ser bastante conservador), ter 15 milhões de desenvolvedores adicionais poderia resultar em um aumento de até US$ 1,5 trilhão (na economia mundial)”, descreve o estudo.
Copilot
Comprada pela Microsoft por US$ 7,5 bilhões há quase cinco anos, a GitHub é uma plataforma que permite que desenvolvedores de todo o mundo compartillhem e colaborem em seus códigos. Em meados do ano passado, a companhia lançou o Copilot, ferramenta de IA que cria parte dos códigos para os programadores. Em vez de o programador escrever tudo sozinho, a funcionalidade propõe pedaços de códigos e sugere opções com base nos objetivos do desenvolvedor.
Em entrevista recente à coluna, o CEO da GitHub, Thomas Dohmke, já havia salientado como ele espera que a ferramenta atenue a escassez global de desenvolvedores.
“Na Europa, a escassez de empregos na área de TI é estimada em mais de 500 mil, sendo que ela ultrapassa 100 mil na Alemanha, e países como Dinamarca, Noruega e Suécia devem enfrentar uma demanda crescente. A América Latina enfrenta uma escassez semelhante, com um déficit de profissionais de TI no Brasil crescendo cerca de 25 mil postos de trabalho por ano. De acordo com uma estimativa da Korn Ferry, a escassez de talentos tecnológicos poderá atingir 85,2 milhões em 2030 em diversos setores”, acrescentou o estudo.
