Por redação
Em 2022, os pedidos de refúgio de imigrantes ao Brasil cresceram 70% em comparação com o ano anterior.
- Em 2013, foram pouco menos de sete mil pedidos;
- O número chegou ao auge em 2019, com mais de 82 mil pedidos;
- No ano passado, houve um aumento de 73% em comparação com 2021, com mais de 50 mil pedidos.
- No período de dez anos, foram 345 mil solicitações de refúgio.
O que é refúgio?
Refúgio é um recurso usado por estrangeiros que fogem do país de origem por se sentirem inseguros.
As pessoas vêm em busca de proteção contra perseguições por motivos como raça, religião e opinião política ou porque enfrentavam grave e generalizada violação de direitos humanos em conflitos e guerras.
Análise dos processos
Com o aumento da demanda, cresceu também o número de processos à espera da análise do governo brasileiro.
Uma das principais razões para essa fila foi o crescimento de venezuelanos que pediram refúgio ao país.
Num período de cinco anos, os pedidos de refúgio de venezuelanos representaram quase 70% do total da demanda.
'Estrutura do governo é insuficiente'
A professora de relações internacionais, Carolina Claro, aponta que a estrutura do Governo Federal é insuficiente para atender à demanda. Atualmente são cerca de 40 servidores no Comitê Nacional para os Refugiados, ligado ao Ministério da Justiça, responsável pela análise dos pedidos.
"É necessário que nós tenhamos políticas públicas que tenham sido construídas no ponto de vista do Governo Federal, tanto do Ministério da Justiça quanto no Ministério dos Direitos Humanos e é necessário que a gente apoie essas pessoas, para que elas sejam de fato documentadas como refugiadas no país e tenham toda a garantia protetiva da lei. Nós precisamos de políticas públicas de integração dessas pessoas", relata Carolina Claro.
O que diz o Ministério da Justiça
O Ministério da Justiça afirma que conflitos humanitários e crises econômicas provocaram uma demanda global por refúgio.
O ministério diz que fez uma força tarefa para a avaliar os pedidos e que, até maio de 2023, concluiu a análise de 80 mil solicitações - quase o dobro do analisado em todo o ano passado.
De acordo com o ministério, ainda há cerca de 60 mil pedidos aguardando uma decisão.
