Por redação
Uma pesquisa feita pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) revela que 11% dos estagiários do Brasil são os únicos responsáveis pelo sustento para a família. O índice representa um aumento em relação aos dados de 2019, antes da pandemia, e mostra que a situação é pior na região Nordeste, onde 14% dos estagiários são chefes de família no quesito financeiro.
O valor da bolsa de estágio para os estudantes universitários pode variar de acordo com a área escolhida, mas, em média, eles recebem R$ 1.012 para uma carga horária de até seis horas. Essa bolsa, no entanto, tem feito a diferença no orçamento de muitas famílias.
"No geral, a bolsa do estagiário é para as despesas pessoais do estudante. Mas, em algumas situações, ocorre que vira o diferencial e vira a renda da família", explica Yvina Egídio, supervisora de unidade do CIEE.
Esse é o caso do Samuel Sousa, estagiário do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará. Ele é casado e usa o valor da bolsa para pagar as contas de casa. A renda está garantida até o fim deste ano, quando ele deve se formar. "Como está terminando, então eu já estou me movimentando para ver o que eu posso fazer antes que termine. A princípio como CLT, mais adiante, talvez, no serviço público", fala.
Assim como Samuel, 74% dos estagiários do país estão em órgãos públicos. No TRT cearense, além da bolsa, são pagos auxílio-transporte, seguro acidente e recesso remunerado.
