Por Wendell Reis | InvestigaMS
O Partido dos Trabalhadores (PT) ainda não começou a movimentação para disputa da Prefeitura de Campo Grande. Até o momento, o que se sabe apenas é que o partido terá candidatura própria para aproveitar o momento do partido, com Luís Inácio Lula da Silva na presidência.
Falta definir o nome para encarar o desafio de concorrer em Campo Grande, onde o PT não tem muita aceitação desde 1996, quando Zeca do PT foi para o segundo turno e perdeu para André Puccinelli com uma diferença de 411 votos.
Passados 27 anos, a deputada federal Camila Jara (PT) é a escolhida do deputado federal Vander Loubet (PT), mas o agora deputado estadual Zeca do PT afirma que também estará na briga para assumir o cargo.
Nos últimos anos, o PT teve candidatura própria na Capital, com nomes fortes e outros apenas para dizer que concorreu. Agora, pelo menos no início da caminhada, o partido tem nomes com mandato e voto: Camila Jara teve uma meteórica ascensão, passando de vereadora, de primeiro mandato, para deputada federal, e surge como novidade no PT, com lideranças que comandam o partido há muitos anos. Do outro lado, Zeca do PT, ex-governador e deputado federal, e atual deputado, de olho nas eleições.
No momento, Camila faz charme sobre candidatura, afirmando que seria apenas atendendo a um pedido de Lula. Um grande avanço na vida de quem começou ontem a trajetória política, pelo menos com voto. Ela ainda não declarou que é pré-candidata. Zeca do PT, por sua vez, não esconde o desejo, mas ressalta que não será candidato se não tiver estrutura para concorrer. Disposto a concorrer, já avisou que não acatará a sugestão de Vander, de tê-lo em uma chapa como vice de Camila.
Camila e Zeca têm mandato, o que não deve mudar a vida deles em caso de derrota, já que voltam para Assembleia ou Câmara Federal. São hoje os nomes mais fortes do partido para a disputa, o que não significa que vão prosperar até a eleição, daqui um ano.
O PT, que tradicionalmente tem candidato na Capital, também tem o costume de lançar nomes de pouca expressão, com objetivo de marcar posição e garantir cadeiras na Câmara. Na última eleição, ainda sem a presidência e tentando se reconstruir em meio ao domínio da direita, teve o deputado Pedro Kemp como candidato. Ele terminou a eleição em terceiro lugar, com 34.546 votos (8,32%), mas pulou para o segundo lugar, com a invalidação dos votos de Harfouche.
Famoso pelas divisões, que já tiveram como protagonistas Zeca do PT e Delcídio do Amaral, o partido hoje vive momento de paz e é comandado pela família Miranda, com Vander e Zeca à frente, em uma inversão hierarquia. Hoje, com mandato na Câmara, é Vander que comanda, tendo Zeca como alguém a ser ouvido e considerado na estrutura do partido. Camila vem mais atrás, movida pelo mandato, mas com pouco poder de decisão, pelo menos por enquanto.
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