Por redação
A filiação da prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, está em discussão por dois partidos de direita importantes: o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro e o PP, da senadora Tereza Cristina. Ambos os partidos têm bancadas expressivas no Congresso Nacional e fazem oposição ao presidente Lula.
Com o anúncio da fusão do Patriota (atual partido de Adriane) ao PTB, a prefeita já anunciou que vai tomar outro rumo partidário e migrar para outra legenda. O fato despertou o interesse e aumentou a insistência das duas lideranças nacionais.
O ex-presidente Jair Bolsonaro já ligou para a prefeita e a convidou para ingressar no PL, legenda que tem uma expressiva representação no Congresso Nacional com 13 senadores e 99 deputados federais. Partido de Bolsonaro e de Michele, o PL é considerado a principal sigla de oposição ao presidente Lula, pelo fato de abrigar o casal que liderou o país nos últimos quatro anos.
Em um país dividido entre esquerda e direita, Bolsonaro traz um grande peso nas eleições municipais, até porque venceu a eleição presidencial em Mato Grosso do Sul, por 59,49%, contra 40,51% do atual presidente. O estado possui a economia predominantemente rural, o que fortalece a posição do ex-presidente. Na eleição passada, o PL de MS elegeu dois deputados federais, inclusive o mais votado Marcos Pollon, o que confirmou a força e a capacidade de transferência do bolsonarismo por aqui.
SENADORA MAIS VOTADA
Se de um lado Adriane e Lídio Lopes estão sendo assediados pelo PL, na figura do ex-presidente, de outro lado, a senadora Tereza Cristina se movimenta para levar a prefeita ao PP. O partido também possui a legenda identificada com a direita brasileira e hoje, tem seis senadores e 47 deputados federais no Congresso Nacional.
Tereza tem boas cartas para jogar: foi a senadora mais votada da história de MS (829 mil votos); foi uma das mais importantes ministras do governo Bolsonaro, no comando da pasta da Agricultura (que tem tudo a ver com o estado); é presente na capital e contribui para dividir a base de apoio ao tucano Beto Pereira, apontado pelo PSDB como o pré-candidato à prefeitura de Campo Grande. Tereza é mulher, o que facilita o discurso político, mas não tem o peso do ex-presidente Jair Bolsonaro, que mesmo após a derrota continua a reunir multidões.
ELEIÇÃO É ANO QUE VEM
Esses são os principais partidos que têm, de forma pública, tentado atrair Adriane Lopes para seus quadros, mas não faltam opções, como o Republicanos do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A prefeita tem dito que não fala de eleição agora, até porque está focada na administração de Campo Grande e em gerir uma herança complicada que recebeu de Marquinhos Trad.