Tecnologia que faz a imagem de radiografia se mexer deve chegar ao Brasil em 2024

A DDR combina recursos presentes nas modalidades de Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética para aprimorar o equipamento de Raio X

07/05/2023 00h00 - Atualizado em 15/05/2023 às 15h38

Por redação

Um dos principais desafios médicos é ter um diagnóstico completo com o auxílio de exames, sejam eles físicos ou laboratoriais. Para os ortopedistas há um desafio extra: ter a dimensão exata do funcionamento de partes do corpo em movimento, algo que o Raio X convencional não permite. Em alguns casos, há a necessidade cirúrgica para entender a completa dimensão do problema relatado pelo paciente, com custos que podem passar de R$ 30 mil.

Os avanços tecnológicos começam a permitir que um Raio X não tenha apenas uma fotografia, mas se torne uma imagem em movimento, reduzindo custos e procedimentos muito invasivos. Neste sentido, a Radiografia Digital Dinâmica (DDR) é uma técnica que tem chamado a atenção dos profissionais da saúde por sua capacidade de fornecer imagens detalhadas e em movimento, ampliando significativamente as possibilidades de diagnóstico e tratamento.

A DDR combina recursos presentes nas modalidades de Tomografia Computadorizada (CT) e Ressonância Magnética (RM) para aprimorar o equipamento de Raio X. Essa tecnologia permite a obtenção de imagens digitais individuais em alta velocidade, produzindo uma série coordenada de incidências radiográficas, como se fossem fotografias animadas. A ideia é similar ao de um filme analógico que combina várias fotografias para produzir uma imagem em movimento. A radiografia dinâmica em tempo real proporciona ainda maior precisão e menor exposição à radiação.

A tecnologia já é usada na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda não está disponível no Brasil. A japonesa Konica Minolta, especializada em equipamentos médicos, sobretudo Raio X, pretende disponibilizar o recurso no país a partir de 2024. Neste momento, o equipamento passa por um processo de homologação junto aos órgãos de controle. "Acredito que ainda em maio a Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa] libere e depois há um período de testes. Nossa expectativa é de que a tecnologia esteja disponível para venda no fim do ano", explica O COO da Konica Minolta, Daniel Martins.

Ganho no diagnóstico

Segundo o médico e presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, João Matheus Guimarães, o Raio X dinâmico é uma ferramenta que traz benefícios significativos para a área ortopédica. "É possível visualizar o posicionamento de implantes e observar o movimento das articulações. Isso agrega um grande auxílio ao clínico fora do ambiente cirúrgico", afirma.

Apesar disso, ele diz que há algumas preocupações com o valor do investimento para compensar o ganho em diagnóstico. "Eu acredito que essa tecnologia não vai substituir a ressonância e a tomografia. Ela é indicada para um conjunto de estruturas periféricas, como cotovelo, punho, joelho. Ele agrega ao diagnóstico, mas a imagem continua sendo em dois planos", avalia.

Negociações da tecnologia

A Konica Minolta – que tem fábrica em Minas Gerais – ainda não tem um valor estimado para a máquina. A título de comparação, equipamentos de Raio X da marca custam, em média, R$ 200 mil. A empresa não revela detalhes mas está em negociação com hospitais e clínicas para a implementação da tecnologia. Há também conversas com o Sistema Único de Saúde (SUS), que é responsável por metade do faturamento da companhia no Brasil.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2019, foram realizados no Brasil cerca de 196 milhões de exames de Raio X, incluindo radiografias simples e contrastadas, sendo que a maior parte foi feita na rede pública de saúde.


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