Segundo pesquisa, mais da metade dos profissionais já tiveram de abrir mão do emprego por terem filhos

Estudo realizado pela plataforma Think Work analisa os impactos da parentalidade na carreira de homens e mulheres

27/04/2023 00h00 - Atualizado em 28/04/2023 às 13h49

Por redação

Uma pesquisa realizada pela Think Work, plataforma de conhecimento sobre gestão de pessoas, trouxe alguns insights a respeito da realidade de pais e mães no mercado de trabalho. No levantamento, 60% dos respondentes afirmaram que já tiveram de desistir de uma oportunidade de emprego pelo fato de terem filhos. O estudo ouviu cerca de 200 trabalhadores de todo o Brasil.

Além disso, 36% das pessoas que participaram da análise acreditam que não foram promovidas por conta de suas condições de pais e mães, sendo que 8% delas disseram que isso foi confirmado pela organização. Ao mesmo tempo, 29% relatam ter perdido vagas de emprego por esse mesmo motivo.

A pesquisa também revelou algumas das principais diferenças na vida profissional de homens e mulheres quando se trata do impacto da parentalidade. No estudo, mais de 40% das mulheres afirmaram já terem sido menosprezadas no trabalho por serem mães - quantidade cinco vezes maior do que o relatado por homens que têm filhos.

Mais da metade das mulheres disseram que tiveram menos oportunidades de crescimento na carreira após se tornarem mães, contra 30% dos homens que disseram isso. E cerca de 45% delas sentem que, depois da maternidade, foram menos chamadas para participar de projetos.

"Em uma época na qual as companhias se queixam da falta de profissionais qualificados e quando a atração de candidatos está cada vez mais difícil, desqualificar uma parcela de trabalhadores apenas por causa da parentalidade é atestar a má gestão dos recursos humanos", alerta a fundadora e CEO da Think Work, Tatiana Sendin.

Segundo ela, as empresas devem criar ambientes mais propícios para quem tem filhos, e isso passa por uma mudança de olhar em relação à parentalidade, que pode ser encarada como uma experiência benéfica para a organização. “Pais e mães reconhecem que ter filhos foi fundamental para desenvolverem capacidades comportamentais como empatia, comunicação, gestão de mudanças e produtividade”, pontua Sendin.

Nesse sentido, a especialista recomenda que as companhias ofereçam benefícios como day off no dia de aniversário dos filhos, apoiem os funcionários em procedimentos médicos para se tornar pai ou mãe e em processos de adoção, e considerem folgas para imprevistos, uma vez que, segundo o estudo, mais de 70% das pessoas ouvidas relataram que já tiveram de mentir para justificar a ausência e conseguir dar atenção à criança.

Modelo de trabalho

O levantamento analisou ainda qual modelo de jornada é considerado o ideal para quem tem filhos. A maior parte dos respondentes (67%) acredita que o trabalho híbrido permite a melhor acomodação das tarefas profissionais e domésticas durante as horas do dia. Em segundo lugar (28%) aparece o modelo remoto, enquanto apenas 5% preferem trabalhar presencialmente. “Novamente, ao considerar apenas a opção do serviço no escritório, as companhias estarão fechando a porta para possíveis talentos – um desperdício sem cabimento nos dias de hoje”, destaca Sendin.


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