Por redação
Uma pesquisa realizada pela Think Work, plataforma de conhecimento sobre gestão de pessoas, trouxe alguns insights a respeito da realidade de pais e mães no mercado de trabalho. No levantamento, 60% dos respondentes afirmaram que já tiveram de desistir de uma oportunidade de emprego pelo fato de terem filhos. O estudo ouviu cerca de 200 trabalhadores de todo o Brasil.
Além disso, 36% das pessoas que participaram da análise acreditam que não foram promovidas por conta de suas condições de pais e mães, sendo que 8% delas disseram que isso foi confirmado pela organização. Ao mesmo tempo, 29% relatam ter perdido vagas de emprego por esse mesmo motivo.
A pesquisa também revelou algumas das principais diferenças na vida profissional de homens e mulheres quando se trata do impacto da parentalidade. No estudo, mais de 40% das mulheres afirmaram já terem sido menosprezadas no trabalho por serem mães - quantidade cinco vezes maior do que o relatado por homens que têm filhos.
Mais da metade das mulheres disseram que tiveram menos oportunidades de crescimento na carreira após se tornarem mães, contra 30% dos homens que disseram isso. E cerca de 45% delas sentem que, depois da maternidade, foram menos chamadas para participar de projetos.
"Em uma época na qual as companhias se queixam da falta de profissionais qualificados e quando a atração de candidatos está cada vez mais difícil, desqualificar uma parcela de trabalhadores apenas por causa da parentalidade é atestar a má gestão dos recursos humanos", alerta a fundadora e CEO da Think Work, Tatiana Sendin.
Segundo ela, as empresas devem criar ambientes mais propícios para quem tem filhos, e isso passa por uma mudança de olhar em relação à parentalidade, que pode ser encarada como uma experiência benéfica para a organização. “Pais e mães reconhecem que ter filhos foi fundamental para desenvolverem capacidades comportamentais como empatia, comunicação, gestão de mudanças e produtividade”, pontua Sendin.
Nesse sentido, a especialista recomenda que as companhias ofereçam benefícios como day off no dia de aniversário dos filhos, apoiem os funcionários em procedimentos médicos para se tornar pai ou mãe e em processos de adoção, e considerem folgas para imprevistos, uma vez que, segundo o estudo, mais de 70% das pessoas ouvidas relataram que já tiveram de mentir para justificar a ausência e conseguir dar atenção à criança.
Modelo de trabalho
O levantamento analisou ainda qual modelo de jornada é considerado o ideal para quem tem filhos. A maior parte dos respondentes (67%) acredita que o trabalho híbrido permite a melhor acomodação das tarefas profissionais e domésticas durante as horas do dia. Em segundo lugar (28%) aparece o modelo remoto, enquanto apenas 5% preferem trabalhar presencialmente. “Novamente, ao considerar apenas a opção do serviço no escritório, as companhias estarão fechando a porta para possíveis talentos – um desperdício sem cabimento nos dias de hoje”, destaca Sendin.