Por redação
Os professores da Rede Municipal de Ensino (Reme) de Campo Grande irão aderir ao movimento nacional de paralisação em defesa do piso de 20h nesta quarta-feira (26). De acordo com o Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública (ACP), as atividades serão paralisadas ao longo do dia.
O presidente da ACP, Gilvano Bronzoni, afirmou que após a paralisação, a categoria se reunirá para decidir quais serão os próximos passos dependendo da resposta da prefeitura de Campo Grande aos professores da Reme.
"Existe a possibilidade de greve. A categoria deve se reunir na próxima sexta-feira, às 17h45, para avaliar o ato e decidir se irá deflagrar o indicativo de greve ou continuar uma negociação com a prefeitura, caso haja", afirmou o presidente da ACP.
Bronzoni informou que além do cumprimento da lei do piso nacional do magistério de 20h, a categoria defende a revogação do Novo Ensino Médio; gestão democrática; segurança nas escolas; financiamento público da educação; entre outros.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), não existe um balanço de quantas escolas municipais irão aderir à paralisação, já que a participação de cada unidade escolar é facultativa.
"A Semed informa que as unidades escolhem se aderem ou não à paralisação nacional e informam à Secretaria, que comunica previamente os pais e estudantes sobre a paralisação das aulas. Ainda não é possível informar quantas unidades participarão da manifestação", comunicou a secretaria.
No entanto, o presidente da ACP informou que apenas a Escola Municipal Prof. Luis Antonio de Sá Carvalho indicou que não irá aderir à paralisação e continuará normalmente com as aulas nesta quarta.
Para o presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), Jaime Teixeira, o movimento é legítimo e a federação apoia a paralisação nacional, além de convocar os municípios para que se mobilizem em prol das reivindicações da categoria.
"A luta acontece em todo o Brasil e a federação está apoiando os trabalhadores e trabalhadoras da educação e chamando para a mobilização no Mato Grosso do Sul inteiro, não só em Campo Grande", explicou o presidente.
Teixeira informou que a paralisação que tem como objetivo, acima de tudo, chamar atenção da sociedade e dos gestores sobre a necessidade de cumprir a lei federal do piso nacional do magistério, também acontecerá em outras cidades do estado.
"As ações vão acontecer também em Dourados, Chapadão do Sul e Pedro Gomes. Estamos fazendo uma luta nacional, mas também estadual em defesa da promoção e valorização da escola pública", afirmou Teixeira.
Programação
A mobilização dos professores da Reme teve início ontem (24), com audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande, para discutir junto a especialistas e autoridades a saúde mental na educação.
"Hoje temos uma grande preocupação quanto a tratar os professores que já estão com sua saúde mental debilitada, seja no afastamento, na readaptação, no tratamento para que esse profissional possa retornar ao seu ambiente de trabalho com produtividade", afirmou Bronzoni durante a audiência.
Nesta terça-feira (25), a ACP transmitiu o podcast PodPrô, para falar sobre a revogação do Novo Ensino Médio, com professores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Na quarta, os professores e sindicatos se concentrarão em frente à ACP, às 8h.
A categoria pretende também protocolar na quinta (27) uma carta aberta com solicitação de apoio às pautas da educação na Câmara de Vereadores de Campo Grande, e se reunir com os representantes da Reme na sexta (28), para decidir como procederá as ações do movimento.
Consulta pública
O Ministério da Educação (MEC) realizou ontem (24), a primeira atividade relacionada à consulta pública sobre o Novo Ensino Médio. A consulta dura até 6 de junho, com possibilidade de prorrogação, e envolverá processos como audiências nos estados, realização de pesquisas e especialistas em educação.
De acordo com a portaria publicada que instituiu a consulta pública, o processo terá 90 dias, com possibilidade de prorrogação. Após o término das atividades, a Secretaria de Articulação Intersetorial, junto com os Sistemas de Ensino (Sase), elaborará um relatório final que deverá ser encaminhado ao Ministro da Educação em até 30 dias.
Movimento nacional
A Greve Nacional da Educação em defesa do Piso do Magistério faz parte da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), desde a última segunda-feira (24) e segue até a próxima sexta-feira (28).