Por redação
Atualmente, há no mundo 2.640 bilionários com patrimônio pessoal acima de US$ 1 bilhão, segundo o ranking global publicado nesta semana pela Forbes EUA. Mas quais desses bilionários, além dos próprios brasileiros, têm suas fortunas de alguma forma ligadas ao agro do país? A Forbes Brasil fez um recorte dos 1.000 maiores bilionários globais e encontrou 35 grandes fortunas, entre personalidades únicas e famílias, ligadas ao agronegócio brasileiro por meio da produção, comércio e exportação de alimentos, bioenergia e fibras, mais agroindústria e logística.
Juntos, o grupo de estrangeiros detém uma fortuna pessoal de US$ 313,4 bilhões (R$ 1,585 trilhão na cotação atual). Da família norte-americana Mars, por exemplo, que é a maior fabricante de doces do mundo, há seis bilionários no ranking. A família acumula uma fortuna pessoal de US$ 115 bilhões (R$ 581,87 bilhões). A Mars opera no Brasil desde 1978.
Outra grande presença, com cinco bilionários na lista, é a também norte-americana Cargill, empresa centenária de alimentos que investe no Brasil desde 1965. Os herdeiros acumulam uma fortuna pessoal da ordem de US$ 22,9 bilhões (R$ 111,31 bilhões). Mas a família Cargill não está entre as maiores fortunas do grupo analisado. Além da Mars, a segunda e terceira maiores fortunas vêm da italiana Ferrero, com Giovanni Ferrero detentor de US$ 38,9 bilhões (R$ 196,82 bilhões), e os três herdeiros da francesa Lactalis, com US$ 37,4 bilhões (R$ 189,23 bilhões). A Ferrero está no Brasil desde 1994 e Lactalis, desde 2013.
A Forbes usou os preços das ações em 10 de março de 2023 para calcular os patrimônios líquidos. A conversão de dólares para reais considerou a cotação de R$ 5,06.
Confira quem são os bilionários globais no agro brasileiro:
1 – Giovanni Ferrero, 58 anos
Posição no ranking global: 30
Patrimônio líquido: US$ 38,9 bilhões (R$ 196,82 bilhões)
Origem: Itália
Presença no Brasil: Ferrero
Giovanni Ferrero é presidente executivo do negócio de confeitos de sua família, a italiana Ferrero, que registrou vendas de US$ 15 bilhões em 2022. A empresa é mais conhecida por sua icônica pasta de chocolate com avelã Nutella, chocolates Kinder e balas Tic Tac. Em 2017, ele deixou o cargo de CEO, mas permaneceu como presidente executivo para se concentrar na estratégia corporativa.
Em 2018, por US$ 2,8 bilhões, a Ferrero adquiriu todo o negócio de confeitos da Nestlé, nos Estados Unidos. No Brasil, presente desde 1994, a Ferrero se tornou a terceira maior companhia do setor de chocolates no país, com unidade de produção em Poços de Caldas (MG).
2 – Jacqueline Mars, 83 anos; John Mars, 87 anos; Marijke Mars, 58 anos; Pamela Mars, 62; Valerie Mars, 64, e Victoria Mars, 66 anos
Posição no ranking global: 31 (Jacqueline e John) e 195 (demais)
Patrimônios líquidos: Jacqueline e John, US$ 38,3 bilhões (R$ 193,79 bilhões) cada um; Marijke, Pamela, Valerie e Victoria, US$ 9,6 bilhões (R$ 48,57 bilhões) cada uma
Origem: EUA
Presença no Brasil: Mars
A Mars, com sede em Virgínia (EUA), é a maior fabricante de doces do mundo, com receita de US$ 45 bilhões. Foi fundada por Frank Mars,em 1911. Um terço do negócio é de Jacqueline Mars e filho Stephen Badger está no conselho de administração; seu irmão John possui um terço do negócio e outro terço é das quatro herdeiras do irmão falecido Forrest Jr (Marijke, Pamela Mars, Valerie e Victoria Mars). Valerie começou a trabalhar na Mars em 1992 e hoje é vice-presidente de desenvolvimento corporativo da empresa.
A Mars chegou ao Brasil em 1978. Atualmente, como Masterfoods Brasil Alimentos, possui três unidades de negócio no país: pet food (alimentos para animais), snack food (chocolates) e food (alimentos). Ela é dona de marcas como Twix, M&M’s, Snickers, Pedigree e Whiskas.
3 – Emmanuel Besnier, 52 anos; Jean-Michel Besnier, 55 anos, e Marie Besnier Beauvalot, 42 anos
Posições no ranking global: 71(Emmanuel), 282 (Jean e Marie)
Patrimônios líquidos: US$ 22 bilhões (Emmanuel), (R$ 111,31 bilhões) e US$ 7,7 bilhões (R$ 38,96 bilhões) cada um (Jean e Marie)
Origem: França
Presença no Brasil: Lactalis
Emmanuel Besnier é o CEO e acionista controlador da Lactalis, maior produtora de lácteos da Europa e uma das maiores empresas de laticínios do mundo, com sede em Laval, no oeste da França, e com US$ 20 bilhões em vendas. Seu irmão, Jean-Michel, possui 20,7%. Fundada em 1933, detém marcas como President brie, iogurtes Milkmaid e Valbreso feta. Besnier e seus irmãos, Jean-Michel e Marie, possuem participações na Parmalat, fabricante de Babybel, Frommageries Bel e Boursin.
A Lactalis emprega 85.000 pessoas e possui 266 fábricas em 94 países. As operações no Brasil começaram em 2013, onde se tornou dona de marcas como President, Parmalat, Elegê, Batavo, Itambé, Cotochés, Boa Nata, Galbani, Poços de Caldas, Santa Rosa, Do Bom e Societé. Atua no setor de food service e varejo, com leites, iogurtes, queijos, requeijão e manteiga, com 19 unidades fabris em 8 estados.
4 – Charlene de Carvalho-Heineken, 68 anos, e família
Posição no ranking global: 119
Patrimônio líquido: US$ 14,7 bilhões (R$ 74,38 bilhões)
Origem: Holanda
Presença no Brasil: Heineken
Charlene de Carvalho-Heineken é uma das mulheres mais ricas do mundo, graças a sua participação de 23% na gigante cervejeira Heineken. Herdou a participação da Heineken em 2002, de seu falecido pai, o antigo CEO Freddy Heineken. Charlene, o marido Michel de Carvalho, os filhos Charles e Alexander de Carvalho e a filha Louisa Brassey fazem parte do conselho da Heineken.
A cervejeira holandesa chegou no Brasil em 2010. No país, é dona de marcas como Kaiser, Schin, Glacial, Cintra, Baden Baden, Devassa, Eisenbahn e Amstel. São oito cervejarias localizadas em Jacareí (SP), Araraquara (SP), Gravataí (RS), Ponta Grossa (PR), Cuiabá (MT), Feira de Santana (BA), Pacatuba (CE) e Manaus (AM), com capacidade para produzir 19 milhões de hectolitros.
5 – Harry Stine, 81 anos
Posição no ranking global: 305
Patrimônio líquido: US$ 7,4 bilhões (R$ 37,44 bilhões)
Origem: EUA
Presença no Brasil: Stine Sementes
Harry Stine cresceu em uma fazenda em Iowa e se tornou especialista em genética de sementes. Fez fortuna licenciando genética de milho e soja para multinacionais como Monsanto e Syngenta. Stine fundou e administra a Stine Seed; sua obsessão atual é mexer com sementes genéticas que permitem melhores rendimentos ou resistência a pesticidas. Stine, que é disléxico e levemente autista, também é um especialista em matemática e dados e um formidável negociador.
Na década de 1990, ele fechou acordos de licenciamento altamente lucrativos com grandes corporações multinacionais em todo o mundo, que formam a espinha dorsal de seu império. A empresa detém o maior banco de germoplasma do mundo, com cerca de 1 milhão de cruzamentos anuais para melhoramento de soja e milho. Nos EUA, de cada três hectares de soja plantados, dois são genéticas Stine. Na América do Sul tem operações na Argentina, Paraguai e Uruguai e Brasil, onde está desde 2018. A Stine Semetes tem sede em Lucas do Rio Verde (MT) e atua nas culturas de soja e milho.
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