Sem leitos, Campo Grande classifica surto respiratório como epidemia e vai liberar consultas

Secretaria de Saúde faz alerta para pais de bebês de até seis meses

03/04/2023 00h00 - Atualizado em 03/04/2023 às 21h47

Por redação

Campo Grande enfrenta uma epidemia de doenças respiratórias, que atingem principalmente as crianças. A classificação da crise que lota unidades de saúde, hospitais da rede pública e até privada em epidemia foi feita pelo secretário municipal de saúde, Sandro Benites. Para conter a pressão no sistema público, a prefeitura vai tomar medidas emergenciais, como compra de leitos privados e liberação de consultas pediátricas sem agendamento nas unidades básicas de saúde da Capital.

Na semana passada, a cidade tinha uma demanda diária de 50 crianças à espera de vaga em hospital. O surto de doenças respiratórias atinge principalmente crianças e é mais grave em bebês. A situação se agravou em razão da circulação dos vírus covid-19, rinovírus, sincicial respiratório e influenza no período de volta às aulas e após o período de isolamento da pandemia, quando a circulação de vírus entre as crianças foi menor. Entenda mais detalhes do surto respiratório nesta reportagem.

Em entrevista nesta segunda-feira (3), o titular da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Sandro Benites, deu detalhes das medidas tomadas pela prefeitura para controlar a crise. Como anunciado no sábado (1º), a prefeitura prevê publicar ainda hoje um edital de chamamento para hospitais públicos que tenham leitos pediátricos para internação de crianças. O valor da contratualização ainda não está definido, mas o problema é que a rede privada também está superlotada.

Benites confirmou que hospitais particulares das redes Cassems, Unimed, São Julião e Pênfigo já comunicaram ao município que estão lotados e chegaram a solicitar vagas no Sistema Único de Saúde (SUS). O que dificulta o plano da prefeitura de contratar leitos privados. Único hospital que informou à Sesau que tem interesse na contratualização é o El Kadri, que possui 30 leitos disponíveis para ceder ao poder público.

"Estamos vivendo duas epidemias. Por conta disso, procuramos a iniciativa privada, mas eles também estão passando pela mesma situação e até pedindo vaga para gente", disse o secretário se referindo também à epidemia de dengue que atinge a Capital.

Unidades básicas com consultas liberadas

Além de contratar os leitos privados, a Sesau tomou outra decisão que tem o objetivo de reduzir a lotação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros Regionais de Saúde 24 horas (CRSs). A prefeitura vai liberar consultas pediátricas em UBS e USF, as unidades básicas, sem agendamento. Ou seja, em caso de sintomas respiratórios sem gravidade, os pais poderão procurar as unidades básicas.

A intenção é evitar que casos de menor gravidade lotem as unidades de emergência. A prefeitura ainda não detalhou a partir de quando os agendamentos deixarão de ser exigidos e as consultas serão liberadas nas unidades. Outra medida tomada pela Sesau é a rotatividade de médicos pediatras nas unidades, em uma espécie de equipes volantes nas UPAs.

A vacinação contra a gripe, iniciada nesta segunda (03) em Campo Grande, também deve ser buscada por pais para diminuir os efeitos graves da gripe em crianças. Bebês e crianças de até seis anos já podem ser imunizados contra a Influenza.

Alerta para bebês de até 6 meses

O secretário de saúde também fez um alerta para pais de bebês de até seis meses de idade. Segundo ele, no fim de semana foram constatados casos graves em muitos bebês com sintomas de doenças respiratórias. A situação atinge até crianças com poucos dias de vida.

Diante do problema, Sandro Benites fez apelo para que pais evitem expor bebês de até seis meses em locais com alto fluxo de pessoas. E que em caso de crianças que frequentem escola, que os pais mantenham os alunos com sintomas de doenças respiratórias até três dias em casa. "Eu quero fazer um alerta para pais de bebês abaixo de 1 ano, pelo menos bebês de até seis meses, evitem sair de casa. Não é hora de ficar passeando e fazendo visita, vamos proteger. Sempre utilizar máscara. Vamos voltar a proteger nossos bebês porque estamos vivenciando uma epidemia e já tivemos óbitos", disse o secretário.

Dengue também causa epidemia em Campo Grande

Além do surto de doenças respiratórias, Campo Grande também enfrenta uma epidemia de dengue. Em todo o Mato Grosso do Sul, são mais de 20 mil casos em apenas três meses. A morte da criança de três anos, ocorrida na semana passada, que era suspeita de ter sido causada por dengue, foi confirmada pelo secretário Sandro Benites.

Para conter o avanço da doença, a Sesau afirma que vai intensificar mutirões e firmar parceria com as Forças Armadas, com objetivo de conscientizar e incentivar a população para que limpem casas e terrenos e diminuam os focos de proliferação do mosquito Aedes aegypti. "Essa semana iremos fechar parceria com a Aeronáutica e queremos fazer com que a população limpe a casa".


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