Cantora vai ao Ministério Público contra policiais após ‘prisão arbitrária’ em Dourados

Cantora vai ao Ministério Público contra policiais após ‘prisão arbitrária’ em Dourados

03/04/2023 00h00 - Atualizado em 03/04/2023 às 16h25

Por Wendell Reis | InvestigaMS

A rapper SoulRa, artista de Dourados, oferecerá denúncia ao Ministério Público Estadual (MPE) contra policiais que a prenderam, segundo ela, arbitrariamente, em um evento no Centro de Convenções de Dourados.

A artista, que se apresentou no evento, foi surpreendida já no final das apresentações, quando conversava com outro artista no camarim. Um homem avisou da presença da polícia no local, com alegação de denúncia de perturbação da ordem.

Raíssa desceu para conversar com os policiais e explicou que não era organizadora do evento e não estaria perturbando a ordem. Para entender o que estava acontecendo, ela indagou sobre o alvará do evento, momento que foi surpreendida por um palavrão e algema nos braços, sem receber voz de prisão ou oferecer resistência ao pedido da polícia.

“Já torceu meu braço, me algemou, ficou fazendo piada. O outro veio e me jogou dentro da viatura. Daí eu perguntei: por que o senhor está me algemando? Eu não estou oferecendo risco para o senhor. Sabe disso né? Daí ele falou, rindo, pra você não fugir, debochando”, contou a artista.

A rapper detalha que ainda foi tratada de forma violenta no transporte e na retirada da viatura. Além disso, foi, segundo ela, a única mantida algemada na delegacia, sendo bem tratada apenas quando os autores da prisão foram embora, momento que as algemas foram retiradas. A cantora ficou com marcas da prisão e dores que a impossibilitaram de abrir os braços na semana seguinte.

Raíssa, que é formada em direito e filha de professor de direito, relata que ficou em estado de choque com toda a situação e não conseguiu nem ler o que estava assinando ao final da ocorrência. A prisão deixou trauma e a artista conta que precisará de tratamento psicológico para se recuperar. Desde o episódio tem convivido com o medo, que se agrava ainda mais ao ver um carro da polícia passar.

A cantora ressalta que um dos policiais responsáveis pela abordagem agressiva continua perseguindo-a na rede social. Ele chegou a mandar emoji de palmas na postagem sobre o assunto e outro de quem está observando em outra publicação dela, onde conta que fará nova apresentação. Com medo, a artista pediu medida protetiva e agora vai ao Ministério Público pedir investigação.

“Sei que só cresceram para cima de mim porque sou mulher, porque estava vulnerável em um momento ali que era eu, a Valentina e eles, totalmente despreparadas. Fomos pegas de surpresa”, conclui.

A reportagem indagou a assessoria da Secretaria de Justiça sobre o caso, mas ainda não recebeu retorno.

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