Por redação
Com uma redação sobre feijoada, a estudante Sofia Rosa, de 17 anos, conseguiu um feito raro: ser aprovada em 11 universidades dos Estados Unidos. Ela usou o prato típico brasileiro para falar sobre a diversidade no país, passando pelo período escravocrata no Brasil, e descrever sua personalidade. Até o dia 24 de março Sofia ainda aguardava pela resposta de mais quatro universidades, e não foi aceita em outras três. O objetivo da jovem é estudar marketing.
Na hora de decidir o tema, Sofia conta que pesquisou e viu que muitos estudantes que buscavam uma vaga no exterior usavam analogias para escrever sobre si mesmos. “Vi uma pessoa que escreveu que a vida era como uma pulseira e os berloques representavam cada característica”, lembra. “Todo mundo estranho quando falo o tema da redação. 'Como assim falar de feijoada em redação acadêmica?' Mas todos que leem ficam surpresos com o encerrado”, contou Sofia.
No texto, Sofia fez um paralelo sobre o incluiu da feijoada, preparada por escravos com as sobras dos porcos servidas aos senhores, e seu crescimento pessoal, como ser humano. “Eu tive que aprender quando parar e definir limites, exatamente como no preparo da feijoada”, escreveu.
Sofia diz que desde criança sonha em estudar no exterior. A ideia era fazer intercâmbio no ensino médio, mas o período coincidiu com a pandemia de covid-19 e ela adiou o sonho para a universidade. “Comecei a investir nesse projeto no segundo ano do ensino médio, quando me inscrevi e comecei a estudar para os vestibulares lá de fora, para as provas de proficiência em inglês, esse tipo de coisa”, conta.
Em 2021, a brasiliense fez o primeiro SAT – Scholastic Assessment Test, equivalente ao vestibular nos Estados Unidos. Segundo ela, ficou mais focada na prova, deixando a redação para o final. “Eu não sabia o que falar. Pensei em escrever assim: 'Oi, gente, sou a Sofia, vão gostar de mim na universidade de vocês?'”, brincou. Foi daí que veio a ideia de explorar as características do seu prato favorito.
“Eu estava em viagem com a família e recebi um e-mail de 'Parabéns pela aprovação'. Eu estava na praia e gritei tanto que todo mundo ouviu. Pessoas de outras barracas vieram me dar parabéns. Depois veio outras aprovações. É muito gratificante”, afirmou.
*Dados G1