Mato Grosso do Sul comemora, em 11 de outubro, 48 anos de história, destacando suas conquistas no esporte. Dois atletas emblemáticos são Joelcio Joerke, conhecido como Janjão, ex-jogador de basquete com participação nas Olimpíadas de 1996, e Reinaldo Martins Amaral Filho, judoca que se destacou desde a década de 1970. Ambos simbolizam a determinação e o talento dos esportistas do estado, contribuindo para a formação de novos talentos e valorizando o esporte em suas comunidades. As histórias de Janjão e Reinaldo refletem o esforço de gerações que moldaram a trajetória esportiva de Mato Grosso do Sul.
Mato Grosso do Sul celebra, neste 11 de outubro, 48 anos de criação. Quase meio século de uma trajetória marcada por diversidade, cultura e grandes conquistas — especialmente no esporte. Em quadras, campos e tatames, atletas sul-mato-grossenses ajudaram a construir uma história de superação e orgulho.
Nesta data simbólica, dois nomes são lembrados como representantes dessa trajetória: o jogador de basquete Joelcio Joerke, o Janjão, e o judoca Reinaldo Martins Amaral Filho. Ambos levaram o nome do Estado para além das fronteiras, simbolizando o talento e a determinação de gerações de atletas.
Natural de Campo Grande, Janjão, de 53 anos, é formado em Educação Física e Administração. Sua jornada no basquete começou cedo: aos 16 anos, deixou a Capital rumo a Franca (SP) em busca do sonho de ser jogador profissional — decisão que o transformaria em um dos grandes nomes da modalidade no país.
O atleta integrou todas as seleções brasileiras de base e defendeu a Seleção Adulta por uma década. Representou o Brasil em competições internacionais, como os Mundiais de 1994 (Canadá) e 1998 (Grécia), além dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. No exterior, jogou por três temporadas na Itália, onde conquistou a Copa Itália pelo Snaidero Udine. No Brasil, acumulou títulos expressivos: campeão brasileiro adulto cinco vezes, sendo três por Franca, além de conquistas pelo Vasco da Gama e Uberlândia. Também foi tricampeão sul-americano e paulista, e campeão carioca, goiano e mineiro. Um dos pontos altos da carreira foi o vice-campeonato mundial com o Vasco.
Quando fala sobre sua maior conquista, Janjão é enfático: “Não é uma conquista particular, mas acho que a maior da minha carreira foi ter jogado a Olimpíada de 96. Foi o meu ápice como jogador, o momento em que pude contemplar o sucesso de todo o esforço, o sacrifício de sair cedo de casa e ficar longe da família. Foi a certeza de que tudo valeu a pena. E ainda foi a última Olimpíada do Oscar Schmidt, o que tornou tudo ainda mais especial”.
Ele também relembra os desafios da trajetória: “Todo ano o desafio se renovava. Cada temporada trazia um novo campeonato, uma nova equipe, um novo objetivo. O intuito era sempre o mesmo: colocar o clube em evidência e, por consequência, crescer como atleta”.
Desde que se aposentou, em 2009, Janjão retornou a Campo Grande, onde atua como administrador e segue envolvido com o basquete, promovendo clínicas e eventos. Hoje, é um nome de referência na formação de novos talentos.
Outra modalidade que simboliza o espírito esportivo de Mato Grosso do Sul é o judô, que também carrega uma história de conquistas e dedicação. Entre os grandes representantes está Reinaldo Martins Amaral Filho, de 58 anos, para quem o judô se tornou um modo de vida.
“Nós vemos o irmão mais velho fazendo as coisas e quer seguir o mesmo caminho. Meu irmão praticava judô, e eu ia com ele assistir, porque achava bonito. Em poucas semanas, comecei a treinar e logo me destaquei. Aquilo entrou no sangue, e desde então nunca mais parei. Quando comecei a trabalhar no Estado, na polícia, passei a dar aulas de judô e a formar policiais em todo o Mato Grosso do Sul. A principal postura de um judoca está ligada aos princípios de hierarquia e disciplina”, contou.
Reinaldo começou a treinar ainda antes da divisão do Estado, por volta de 1974, no Judô Clube do Sesi. Desde então, construiu uma trajetória marcada por títulos nacionais e reconhecimento por sua dedicação dentro e fora dos tatames. “Com o tempo, fui forjado pelos valores do judô. Disputei vários campeonatos, conquistei medalhas em nível nacional e vivi momentos de imensa alegria. Para um jovem do Estado, sem muito currículo e sem força nacional, ser campeão brasileiro era quase inacreditável”, relembrou.
As histórias de Janjão e Reinaldo são apenas duas entre tantas que compõem o mosaico esportivo de Mato Grosso do Sul. Elas traduzem o esforço e a paixão de uma terra que, a cada aniversário, reafirma seu compromisso com o futuro sem deixar de honrar aqueles que pavimentaram o caminho com suor, disciplina e amor pelo esporte.