Campo Grande teve a maior alta no preço da cesta básica entre as capitais brasileiras em setembro, com um aumento de 1,55%, totalizando R$ 780,67. Em comparação ao ano anterior, o custo acumulou um aumento de 9,24%. Entre os produtos, quintos caíram de preço, como batata e arroz, enquanto itens como banana e óleo de soja apresentaram elevações significativas. O trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar 113 horas para comprar a cesta, comprometendo 55,60% de sua renda após descontos.
Campo Grande registrou a maior alta no preço da cesta básica entre as capitais brasileiras em setembro, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em parceria com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Das 27 capitais analisadas, apenas cinco tiveram aumento no custo dos alimentos, e a maior variação foi observada na capital sul-mato-grossense, com alta de 1,55%. O valor total da cesta chegou a R$ 780,67, segundo o levantamento divulgado nesta quarta-feira (8).
Na comparação com setembro de 2024, o preço acumulou elevação de 9,24%. Já no acumulado de 2025, a alta registrada é de 1,34%.
O que subiu e o que caiu de preço
Entre os 13 produtos que compõem a cesta básica, cinco apresentaram redução nos preços e oito tiveram aumento.
Os itens com queda foram: batata (-6,96%), arroz agulhinha (-4,75%), açúcar cristal (-4,00%), tomate (-3,32%) e feijão carioca (-1,04%). Já os produtos com alta foram: banana (8,84%), óleo de soja (4,46%), café em pó (4,32%), leite integral (2,48%), pão francês (1,62%), carne bovina de primeira (1,33%), manteiga (1,11%) e farinha de trigo (1,02%).
No acumulado de dezembro de 2024 a setembro de 2025, seis itens subiram de preço — com destaque para o café em pó (47,82%) e o tomate (34,66%). Também tiveram aumento a farinha de trigo (7,44%), pão francês (4,98%), leite integral (2,66%) e banana (0,66%).
Por outro lado, sete produtos ficaram mais baratos no período: batata (-37,06%), arroz agulhinha (-32,15%), feijão carioca (-8,40%), açúcar cristal (-7,02%), manteiga (-3,42%), óleo de soja (-1,19%) e carne bovina de primeira (-0,36%).
Nos últimos 12 meses, os maiores aumentos foram registrados em café em pó (69,71%), tomate (49,07%), óleo de soja (28,01%), carne bovina de primeira (26,04%), farinha de trigo (12,68%) e pão francês (7,53%). Já os preços da batata (-50,54%), arroz agulhinha (-30,11%) e banana (-10,12%) tiveram as maiores quedas. O açúcar cristal manteve estabilidade.
Comprometimento da renda
Em setembro de 2025, o trabalhador de Campo Grande que recebe o salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou trabalhar 113 horas e 8 minutos para comprar a cesta básica — tempo maior que o registrado em agosto (111h25) e também superior ao de setembro de 2024 (111h20).
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador comprometeu 55,60% da renda com a compra da cesta. Em agosto, esse percentual era de 54,75%, e há um ano, em setembro de 2024, de 54,71%.