Estiagem derruba produtividade da soja e do milho em Mato Grosso do Sul, mostra Aprosoja-MS

Levantamento técnico mostra que a safra 2023/2024 teve uma das menores produtividades da década; seca afetou principalmente o centro e o sul do Estado

Por Redação
07/10/2025 06h38 - Atualizado há 6 horas
Estiagem derruba produtividade da soja e do milho em Mato Grosso do Sul, mostra Aprosoja-MS
(Créditos: Reprodução)
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A Aprosoja/MS divulgou um estudo sobre o impacto da estiagem na produção de soja e milho em Mato Grosso do Sul para as safras 2023/2024 e 2024/2025, destacando quedas significativas na produtividade devido à irregularidade das chuvas e altas temperaturas.

A safra de soja 2023/2024 teve 4,2 milhões de hectares plantados, com uma produção total de 12,3 milhões de toneladas, representando uma queda de 8% em relação ao ciclo anterior. A estiagem prejudicou principalmente as regiões central e sul do estado.

O estudo enfatiza a necessidade de tecnologias de manejo e irrigação, assim como políticas públicas para apoiar os produtores diante das mudanças climáticas, e serviu como base para a proposta de lei de renegociação de dívidas no setor agrícola.

A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) divulgou o Estudo Técnico do Impacto da Estiagem nas Lavouras do Estado, que analisou as safras de soja e milho 2023/2024 e a soja 2024/2025. O levantamento revelou quedas expressivas na produtividade, resultado da irregularidade das chuvas e das altas temperaturas registradas no período.

De acordo com o relatório, a safra de soja 2023/2024 alcançou 4,2 milhões de hectares plantados, mas a produtividade média foi de apenas 48,84 sacas por hectare, uma das menores dos últimos dez anos. A produção total ficou em 12,3 milhões de toneladas, representando queda de 8% em relação ao ciclo anterior. A estiagem afetou principalmente as lavouras das regiões central e sul do Estado, responsáveis por mais de 80% da área cultivada.

“É essencial compreender como os períodos prolongados de seca vêm influenciando a dinâmica agrícola em Mato Grosso do Sul. As áreas mais sensíveis à escassez hídrica têm apresentado sinais claros de redução na eficiência produtiva, o que impõe desafios não apenas ao rendimento das lavouras, mas também à viabilidade econômica de muitos produtores”, afirmou o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta.

A segunda safra de milho 2023/2024 também foi impactada pela seca. A irregularidade das chuvas deixou o ciclo com precipitação inferior a 600 mm, quantidade bem abaixo do necessário, comprometendo a qualidade e o volume da colheita.

Para a safra de soja 2024/2025, a Aprosoja/MS alerta para novos desafios diante da persistência das condições climáticas adversas. A entidade reforça a importância do uso de tecnologias de manejo, irrigação e monitoramento climático, além da necessidade de políticas públicas que apoiem os produtores a lidar com a variabilidade do clima.

“O estudo mostra a resiliência dos produtores, mas também evidencia que o clima é determinante na produção agrícola. É fundamental ampliar o debate sobre gestão hídrica e adoção de tecnologias para garantir a sustentabilidade do setor”, destacou o presidente da Aprosoja/MS, Jorge Michelc.

O levantamento foi realizado pelos projetos SIGA-MS e Produtividade, que monitoram lavouras em 79 municípios do Estado, reunindo dados de campo e sensoriamento remoto.

O documento também serviu de base para o Projeto de Lei 5.122/2023, que prevê liquidação, anistia e renegociação de dívidas relacionadas ao crédito rural, Cédula de Produto Rural (CPR), fornecedores e cooperativas.


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